“Alguns Estados-membros da UE observaram actividades cibernéticas maliciosas, colectivamente mencionadas pela designação ‘Ghostwriter’, e estão a associá-las ao Estado russo”, referiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, numa declaração divulgada em nome dos 27 Estados-membros do bloco comunitário.
“Estas actividades são inaceitáveis, uma vez que procuram ameaçar a nossa integridade e a nossa segurança, os valores e os princípios democráticos e o funcionamento fundamental das nossas democracias (...) em particular ao permitir a desinformação e a manipulação da informação", sublinhou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança na mesma declaração.
De acordo com Bruxelas, as acções de ciberespionagem em questão, que envolveram acessos indevidos a sistemas informáticos e a contas de ‘email’ pessoais, mas também roubo de dados, visaram parlamentares, funcionários, políticos, jornalistas e membros da sociedade civil.
A Alemanha, que vai a votos no domingo, já tinha acusado os serviços secretos russos da realização de ataques de ‘phishing’ (técnica de fraude ‘online’ realizada com o intuito de obter informações confidenciais) contra parlamentares alemães, tendo ainda denunciado tentativas para influenciar as eleições federais germânicas do próximo dia 26 de Setembro.
A justiça alemã decidiu abrir uma investigação “por suspeita de actividades conduzidas por serviços de informações estrangeiros”.
“A UE e os seus Estados-membros denunciam veementemente estas actividades cibernéticas maliciosas, que devem ser imediatamente interrompidas por todas as partes envolvidas", insistiu Josep Borrell, sublinhando ainda que os 27 instam a Federação Russa “a aderir às normas de comportamento responsável dos Estados no ciberespaço”.
“A UE voltará a esta questão em futuras reuniões e irá considerar novas medidas”, concluiu.