Em 2021 Beirute iniciou conversações com o Egito para a importação de gás através de um gasoduto que atravessa a Jordânia, a Síria e o Líbano.
"Este acordo é importante (...), vai garantir quatro horas suplementares de eletricidade por dia após entrar em funcionamento", declarou o ministro da Energia, Walid Fayad, no decurso de uma conferência de imprensa.
A aplicação deste acordo está condicionado ao financiamento do Banco Mundial (BM), mas também a garantias norte-americanas destinadas a assegurar que Beirute não será afetado pelas sanções previstas pela lei "César" contra os Estados e empresas que negoceiem com a Síria.
"Esperamos que todos os obstáculos sejam ultrapassados para obter um financiamento do BM", acrescentou o ministro, que disse manter-se "na expectativa" face às garantias definitivas dos Estados Unidos, em particular no que se refere a sanções.
"O apoio dos Estados Unidos e da comunidade internacional será essencial para assegurar (...) a concretização deste projeto", concluiu.
Esta acordo insere-se numa iniciativa mais ampla -- que inclui um acordo separado com a Jordânia -- destinado a aumentar o abastecimento de eletricidade de oito a dez horas por dia nos próximos meses, contra apenas duas horas atualmente.
A Síria receberá o gás e a eletricidade do Egito e da Jordânia sob a forma de "pagamento em espécie, e não em dinheiro", indicou Fayad à AFP em janeiro.
Dois anos após o seu colapso económico, o Líbano sofre cortes, culminando em mais de 22 horas por dia, e regista dificuldades na importação de combustíveis, num cenário de queda acentuada da moeda nacional e de inflação.
O setor da eletricidade custa ao país mais de 40 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) desde o final da guerra civil de 1975-1990.
Os sucessivos governos não conseguiram reduzir as perdas, reparar as infraestruturas ou mesmo efetuar a cobrança regular das faturas de eletricidade em todo o país.
Numerosos libaneses recorrem a geradores privados para suprir as deficiências do Estado.