Chuvas no Níger fazem 103 mortos e afectam 140 mil pessoas desde Junho

PorExpresso das Ilhas, Lusa,5 set 2022 14:43

As fortes chuvas no Níger desde Junho mataram já 103 pessoas e afectaram mais de 140.000, esperando-se que estes números cresçam até ao final de Setembro, anunciaram hoje as autoridades deste país da região do Sahel, normalmente seco.

As inundações até este domingo fizeram um total de 103 mortos, incluindo 74 devido ao colapso de casas e 29 por afogamento, 140.029 pessoas foram afectadas e 125 ficaram feridas, de acordo com os números dos serviços de proteção civil.

Um relatório oficial anterior divulgado em 28 de agosto dava conta de 75 mortos, 108.346 pessoas afetadas e 102 feridas.

As regiões mais afetadas são as de Maradi (centro-sul, onde foram registadas 42 mortes), Zinder (centro-leste, 27 mortes), bem como Tahoua (oeste, 14 mortes) e Dosso (sudoeste, 12 mortes). A região da capital do país, Niamey, foi igualmente afetada, tendo sido registadas duas mortes e 566 pessoas afetadas.

As chuvas destruíram ou danificaram mais de 16.000 casas e provocaram o colapso de salas de aula, centros de saúde, celeiros e lojas.

Para além dos estragos diretos, as chuvas estimularam o aparecimento de insetos que estão a afetar as culturas, acrescentou o Ministério da Agricultura do Níger.

Os serviços meteorológicos preveem mais chuvas até ao final de setembro. Niamey está a ser ameaçada pelo transbordamento do rio Níger, devido ao nível da água, que está "a evoluir muito rapidamente para o nível de alerta", advertiu a Autoridade da Bacia do Níger (NBA).

Na capital, onde vivem dois milhões de pessoas, as chuvas provocam frequentemente inundações mortíferas. A NBA está a apelar às pessoas que vivem perto do rio para "a serem particularmente vigilantes" e "a retiraram-se das zonas propensas a inundações".

A época das chuvas, entre junho e agosto ou setembro, tem sido particularmente mortífera nos últimos anos, incluindo nas zonas desérticas do norte.

Em 2021, pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 200.000 foram afetadas. As Nações Unidas preveem que, pelo menos, 350.000 pessoas serão afetadas em 2022.

O país, pobre e com um clima árido, está a sofrer de más colheitas, a que se junta a violência de grupos extremistas islâmicos armados, particularmente contra os agricultores.

O Níger enfrenta uma crise alimentar grave, com mais de 4,4 milhões de pessoas em "grave" insegurança alimentar, ou seja, 20% da população, de acordo com as autoridades sanitárias do país.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,5 set 2022 14:43

Editado porAndre Amaral  em  6 set 2022 8:01

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