O texto, que já havia recebido o aval da Câmara dos Deputados em agosto, precisa agora apenas de ser aprovado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A lei de quotas nas universidades federais está em vigor desde 2012 e o seu artigo 7.º previa a revisão da lei dez anos após sua publicação.
No documento estabelece-se que as universidades e instituições federais de ensino técnico são obrigadas a reservar, no mínimo, 50% das suas vagas para estudantes da rede pública e de baixo rendimento familiar, a serem distribuídas proporcionalmente entre negros, indígenas e pessoas com deficiência.
A medida representou uma revolução no sistema educacional brasileiro, onde o ensino universitário, antes da lei de quotas, era praticamente reservado à elite.
Entre os dispositivos acrescentados na revisão legislativa está a inclusão expressa das comunidades quilombolas, povos originários descendentes de escravos negros, que também terão direito preferencial às vagas reservadas.
O senador Paulo Paim, do Partido dos Trabalhadores (PT), relator do projeto aprovado, defendeu a lei de quotas como um instrumento para reduzir a desigualdade, um problema crónico no país.
"Antes da lei de quotas, as universidades tinham apenas 6% de pobres, indígenas, negros e deficientes. Depois das quotas (...) somos mais de 40%", disse.
O porta-voz da oposição, o senador Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), criticou as quotas raciais por "diferenciar e distanciar os brasileiros" e defendeu um sistema baseado apenas em parâmetros sociais e económicos.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por sua vez, defendeu a lei de quotas raciais, uma vez que "contribui para o combate ao racismo no Brasil".