Seul protesta junto a Pequim e Moscovo após incursão de aviões militares

PorExpresso das Ilhas, Lusa,10 dez 2025 13:29

Seul anunciou hoje ter apresentado um "forte protesto diplomático" às autoridades russas e chinesas, após a passagem de aviões militares de Pequim e Moscovo pela zona de identificação de defesa aérea sul-coreana.

O protesto foi apresentado aos adidos da defesa de ambos os países na capital sul-coreana, de acordo com o Ministério da Defesa.

"As nossas forças armadas continuarão a responder ativamente às atividades de aeronaves de países vizinhos dentro [da zona de identificação de defesa aérea da Coreia do Sul], em conformidade com o direito internacional", sublinhou o responsável pelos assuntos internacionais daquele ministério, Lee Kwang-suk.

A Coreia do Sul disse na terça-feira que enviou caças em resposta à entrada de sete aeronaves militares russas e duas chinesas na zona de defesa aérea do país.

Esta zona é uma área maior do que espaço aéreo e que um país controla por razões de segurança, embora este conceito não esteja definido por nenhum tratado internacional.

Nenhuma das aeronaves militares russas e chinesas violou o espaço aéreo sul-coreano, de acordo com o Estado-Maior Conjunto em Seul.

Pequim e Moscovo evocaram exercícios militares conjuntos que, de acordo com o Ministério da Defesa russo, envolveram "bombardeiros estratégicos".

Desde 2019, China e Rússia têm enviado periodicamente aeronaves militares para a zona de defesa aérea da Coreia do Sul, justificando a ação com estes exercícios conjuntos.

O último incidente do tipo ocorreu em Novembro de 2024 e envolveu cinco aeronaves chinesas e seis russas, de acordo com Seul.

China e Rússia, aliadas tradicionais da Coreia do Norte, fortaleceram a cooperação militar desde a invasão da Ucrânia por Moscovo em Fevereiro de 2022.

Entretanto, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, disse hoje que as forças aéreas chinesa e russa conduziram, na terça-feira, a décima patrulha conjunta sobre o mar do Leste da China e o Pacífico ocidental, visando destacar a "capacidade de enfrentar desafios de segurança na região" e a "determinação em proteger a paz e a estabilidade".

Em Tóquio, o ministro da Defesa japonês, Shinjiro Koizumi, classificou esta operação como uma "expansão e intensificação" da atividade militar em torno do arquipélago japonês, denunciando "uma tentativa clara de demonstrar autoridade face ao Japão".

"É uma grave preocupação para a nossa segurança", escreveu Koizumi na rede social X.

De acordo com o Ministério da Defesa nipónico, a missão envolveu dois bombardeiros russos Tu-95MS com capacidade nuclear, bombardeiros chineses H-6 equipados com mísseis de longo alcance, oito caças J-16 da aviação chinesa e um avião de alerta A-50 russo.

Os aparelhos voaram em formação entre as ilhas de Okinawa e Miyakojima, numa zona de espaço aéreo e águas internacionais.

A Força Aérea de Autodefesa do Japão respondeu com o destacamento de caças e a adoção de "medidas rigorosas" para prevenir violações do espaço aéreo nacional.

A patrulha decorreu no mesmo estreito marítimo atravessado no fim de semana passado pelo porta-aviões chinês Liaoning, em manobras que já tinham contribuído para agravar a tensão bilateral.

Tóquio acusou dois caças chineses J-15 de terem apontado no sábado os radares de controlo de tiro contra dois F-15 japoneses, um ato considerado hostil e que antecede geralmente a utilização de armamento.

Em resposta, o Governo japonês convocou o embaixador chinês, Wu Jinghao, para apresentar um protesto formal.

Pequim rejeitou as acusações, acusando o Japão de difundir "informações falsas" e de interferir nos exercícios militares chineses.

Foto: depositphotos

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,10 dez 2025 13:29

Editado porAndre Amaral  em  11 dez 2025 7:49

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