O primeiro-ministro falava no fórum "O Papel das Agências de Notícias nas sociedades Democráticas - A Informação Democrática", promovido pela Inforpress, hoje, na Biblioteca Nacional. O evento conta com a participação de várias agências internacionais, incluindo a Angop, a Lusa, a Reuters e a agência chinesa de notícias Xinhua.
De acordo com o primeiro-ministro, José Maria Neves, que fez a abertura oficial do evento, a agência de notícias cabo-verdiana, embora sendo estatal, não está estatizada no que o conceito encerra de parcial e oficializada, contribuindo para a difusão e profusão da notícia a ser tratada na pluralidade das linhas editoriais existentes.
"A entrada da Inforpress no campo mediático representou uma mudança de paradigma na informação em Cabo Verde", defendeu.
O chefe do governo considerou que o posicionamento do país no 27 lugar no ranking dos países democráticos, segundo a Index off Democracy do Economist Intelligence Unit, deve-se grandemente à ampliação da liberdade de imprensa consolidada nos últimos anos.
"Depois da Namíbia, Cabo Verde ocupa o segundo em África, no ranking mundial em termos de liberdade de imprensa, segundo o relatório elaborado da organização da sociedade civil Repórteres Sem Fronteiras, facto que não deixa de ser notável e orgulhar a todos os cabo-verdianos", apontou, para avançar que o país dispõe de um campo mediático consolidado e diverso, perfazendo-se um composto digno de referência tanto na qualidade como na qualidade.
José Maria Neves considerou ainda que o país hoje não tem processos contra jornalistas ou jornais, o que constituo um ganho.
"Em verdade, Cabo Verde, hoje não tem sido espaço de processos contra jornalistas e jornais. Longe vai o tempo em que os jornalistas eram perseguidos, ostracizados e tornados arguidos. Hoje, as coisas mudaram para melhor. Respira-se mais liberdade de imprensa. Se em termos de desenvolvimento estamos no patamar de rendimento médio, em termos de liberdade de imprensa convenhamos somos do primeiro mundo", garantiu.
O primeiro-ministro, lembrou, em jeito de homenagem, os jornalistas Luís Alcino da Costa e Fernando Monteiro, bem como a estação religiosa Rádio Nova pelo seu trigésimo aniversário, "longevidade marcada pelo serviço de qualidade e pelo exercício da diferença enquanto discurso mediático que se dignifica a democracia cabo-verdiana", elogiou.
Para José Mário Semedo, presidente do conselho de administração da Inforpress, o objectivo da realização do fórum é promover um intercâmbio entre as diversas agências presentes no evento.
"Pretendemos com isso fazer um grande ensaio de aprendizagem, ou seja tentamos juntar no mesmo espaço as diversas agências mundiais de referência no domínio de jornalismo. Isso vai permitir-nos dar um novo pulo, que significa avançar para o caminho da multimédia, uma vez que já vencemos os espaços de textos tradicionais e da fotografia simples. Queremos avançar, agora em serviço noticioso de pacotes vídeos para televisão e som da palavra para rádios", declara.
José Mário Correia anuncia como meta para o ano de 2012, a implementação dos conteúdos multimédia, embora reconheça a dificuldade financeira para por de pé este projecto.
"Estabelecemos o ano 2012 como meta de implementação, embora não esteja a ser fácil em resultado das dificuldades financeiras. Mas, há uma boa vontade em materializar este projecto que é de futuro, uma vez que nenhuma agência do mundo conseguiu sobreviver comercializando unicamente textos e fotografias", assegurou, para acrescentar que a Inforpress já dispõe de um serviço em inglês e francês para suprir as dificuldades da descodificação da língua junto das comunidades cabo-verdianas na diáspora.
Correia considerou ainda que a agência cabo-verdiana está a viver "um grande momento", uma vez que tanto o conselho de administração como os funcionários estão interessados em dar um salto maior.
Fotos de Quim Macedo