O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género, em parceria com a ONU mulheres realizou esta segunda-feira, na Praia, uma mesa redonda, sobre abordagens e programas de reabilitação dos agressores no contexto da implementação da Lei sobre a Violência Baseada no Género (VBG).
De acordo com Catarina Cardoso, pretendeu-se com a iniciativa dar um primeiro passo na reabilitação dos agressores, no âmbito da entrada em vigor da nova lei VBG.
"Acreditamos que se é importante tratarmos do problema desde raiz, ou seja, junto dos homens agressores, uma vez que podem até ser julgados, mas quando saírem da prisão vão continuar a praticar este tipo de crime. A ideia é traçar um quadro institucional adequado face a nossa realidade", declarou, para anunciar que o programa de reabilitação pode até funcionar como uma medida alternativa à pena, com obrigatoriedade de frequência.
Catarina Cardoso considera que em Cabo Verde um dos factores preponderantes nesta questão de agressão é o valor da sociedade patriarcal, em que o homem sente que tem certo poder contra a mulher.
Questionada sobre o facto de se falar sempre dos homens agressores, quando se sabe que há homens também vitimas, Cardoso explica que os números dos homens agressores são muito superiores relativamente ao número de mulheres agressoras, e que as mulheres enquanto agressoras não utilizam a violência física, usando mais o modelo da agressão verbal.
É de referir que uma em cada cinco mulheres em Cabo Verde é vítima de violência doméstica.