O objectivo das mutualidades de saúde e protecção social de Santiago é atingir dez mil famílias no prazo de dois anos, disse à Inforpress o responsável nacional para o sector do mutualismo, Manuel Moreira.
Segundo este responsável, a meta é atingir 10 mil pessoas até 2015, correspondendo a uma taxa de penetração de 20 por cento da população de Santiago.
As mutualidades de saúde, informou, já beneficiam um total de 3.800 famílias e cerca de 18 mil beneficiários directos na ilha de Santiago.
Manuel Moreira afiançou que a mutualidade de saúde e protecção social desta região pretende arrecadar, mensalmente, cerca de dois mil contos. Isso porque cerca de 50 por cento da sociedade cabo-verdiana é pobre, sendo que a maioria reside na ilha de Santiago, alegou.
Os membros contribuem com uma quota média mensal de 240 escudos cada, para poderem beneficiar de apoios em medicamentos, até 30 mil escudos por ano, e cobertura da taxa moderadora de internamento a 100 por cento, explicou.
Nas pequenas cirurgias, a mutualidade assume os custos em 50 por cento e no limite de dois mil escudos, por cada intervenção cirúrgica, disse, salientando que, em caso de morte, os membros do agregado familiar pagam uma quota de 100 escudos e 80 escudos quando algum dos cônjuges morre.
De acordo com Manuel Moreira, uma família com um a cinco membros paga um valor de 240 escudos por pessoa. Quando o número de agregado for acima de cinco, a família paga mais 30 escudos por cada membro e se os filhos tiverem mais de 18 anos, a família paga mais 150 escudos por cada um.
A rede de mutualidade da ilha de Santiago envolve milhares de pessoas de forma solidária para contribuição em situação de doença, empobrecimento, risco financeiro da doença e morte.
“A rede perspectiva associar saúde e protecção social como forma de poder encontrar soluções transversais à pobreza e estabilidade das famílias,” sublinhou, frisando que o micro-crédito, o acesso domiciliário de água e a melhoria habitacional são outras áreas que constam das preocupações da mutualidade de Santiago.
Contudo, a prioridade é o financiamento das necessidades pessoais das famílias, na complementaridade da acção do Estado junto do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), lembrou Manuel Moreira, para quem desenvolver o espírito de solidariedade constitui uma das ambições da mutualidade.
A mutualidade é uma associação privada de base comunitária sem fins lucrativos, cujo funcionamento assenta na solidariedade entre os habitantes de uma região que pagam regularmente uma quota.
O principal objectivo de uma mutualidade é que a falta de dinheiro no momento da doença não constitua uma ameaça ao tratamento e à cura das pessoas com menores posses.