O ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Antero Veiga afirmou hoje em Assomada (ilha de Santiago), que “não se deve poupar esforços e nem baixar os braços perante os desafios de protecção ambiental num país de muitas vulnerabilidades”.
Antero Veiga fez essas considerações ao intervir esta segunda-feira, no acto central em comemoração do Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação, que decorreu na cidade de Assomada (concelho de Santa Catarina) sob o lema “A seca e a escassez de água”.
De acordo com o governante, o caminho percorrido desde a independência nacional indica que tem sido feito um bom trabalho em vista a combater a erosão do solo no país.
“Cabo Verde tinha uma situação complicada em termos de erosão do solo. Uma situação que impunha uma acção urgente, e todos os governos desde 1975 têm destacado uma acção bastante proactiva no combate à desertificação”, afirmou, acrescentando que é só ver as campanhas de arborização que têm sido levados a cabo e a sua retoma com uma nova dinâmica.
Segundo Veiga, nesse dia é bom recordar o passado, para que se possa inovar, mobilizar ideias, renovar vontades e redobrar esforços para o caminho que ainda falta a trilhar.
“Temos ciclos de períodos de má memória na nossa história, em que por causa de seca e da fome, houve períodos em que Cabo verde perdeu cerca de 30% da população e nós estamos a fazer de tudo para que esse período nunca mais volte ao país, daí todos esses esforços na mobilização da água que temos vindo a fazer, porque a seca é sinónimo de falta de água” sublinhou.
Antero Veiga afiançou que o Governo tem feito um grande esforço para contrariar as tendências que têm a ver com a falta de água e desertificação, com a mobilização das águas superficiais, na reutilização de água e na dessalinização desse líquido. Apesar desse esforço, afirma que é pouco para o grande desafio que o país tem pela frente.
O governante deixou a mensagem de que deve haver cada vez mais acção, não baixar as “armas” e continuar a dar o combate sem tréguas à desertificação, disponibilizando mais água, aumentar os perímetros de área irrigada, para que “tenhamos um meio mais apreciável e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, disse.
No âmbito das comemorações foi realizada uma palestra sob o lema “A luta contar desertificação em Cabo Verde”, sendo o orador de serviço o engenheiro Domingos Barros, o ponto focal das Nações Unidas em Cabo Verde.
Na sua intervenção Domingos Barros indicou que o lema deste ano onde se destaca a frase “não deixemos o nosso futuro secar”, é um tema para reflectir.
“Os nossos agricultores todos os dias lutam para a conservação do solo e água, portanto a mensagem é que conservemos os nossos solos e poupemos a água. Os agricultores têm de ter cuidado na limpeza do campo com as queimadas que podem ceifar o trabalho realizado a centenas de anos”, enfatizou.