Fase de descoberta do outro, de encantamento, das paixões, o namoro nem sempre é o relacionamento romântico idealizado pelos jovens. A violência baseada no género (VBG) entre namorados é, na realidade, um fenómeno relativamente comum e assume diversas formas, algumas das quais muito subtis. Bofetadas, insultos, controlo e submissão, coerção sexual,… o rol é vasto e quase todos os jovens cabo-verdianos conhecem alguém que sofre ou sofreu de algum tipo de VBG dentro desse tipo de relação afectiva.
Falamos com alguns jovens para tentar perceber a ideia que têm deste fenómeno. Nenhum dos entrevistados afirma ter sido vítima de VBG no namoro e todos salientam que não iriam tolerar tal comportamento do seu namorado(a). A maior parte apenas reconhece a violência física,
embora alguns também refiram as tentativas de submissão. Rapazes e raparigas consideram que os motivos mais frequentes para a VBG são os ciúmes ou o consumo de álcool e que a cultura machista tem uma influência importante nestas questões. As coisas, acreditam, começam a mudar graças ao trabalho de organizações para a igualdade de género e das autoridades, mas ainda estamos longe dos resultados desejados.
No Liceu da Várzea os professores Samira Moniz e Ivan Lopes, responsáveis pelo espaço de informação e orientação, salientam entretanto que é preciso consciencializar os jovens para formas de VBG subtis, como a imposição dos rapazes nas tomadas de decisão.
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