Daniel Silves Ferreira defende uma política de diálogo com a tutela

PorExpresso das Ilhas,5 dez 2015 6:00

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O psiquiatra Daniel Silves Ferreira será o novo Bastonário da Ordem dos Médicos a partir do dia 16 de Janeiro do próximo ano. A lista única que liderava foi eleita no passado sábado e os desafios imediatos já estão identificados, como disse ao Expresso das Ilhas.

 

“Tivemos um crescimento muito grande do número de médicos, entre 2000 e 2015, e torna-se cada vez mais difícil gerir essa situação. Temos também uma sociedade cabo-verdiana mais complexa, mais exigente, mais informada, e a relação da classe médica com a sociedade é diferente, não é a mesma que tínhamos há 20 anos. Há a necessidade de novas respostas em termos técnicos e científicos, há a necessidade de uma capacitação cada vez maior e de uma formação em ética e deontológica cada vez mais aprofundada. E é ainda necessário um desenvolvimento de outras competências: sociais, culturais e ate linguísticas para que a classe possa enfrentar esses desafios”.

Com uma agenda carregada, a profissionalização do bastonário poderá voltar a ser discutida. “Acho que sim. Há quem defenda que o bastonário deveria ser profissionalizado. A lei diz que é um cargo exercido em termos voluntários, mas há quem defenda que deve ser profissionalizado”.

Além do bastonário agora eleito, a nova direcção da Ordem dos Médicos tem como vice-presidente Maria Conceição Pinto e como presidente da Assembleia Geral Samila Évora Inocêncio. O Conselho Fiscal fica sob a liderança de Francisco Barbosa Amado e o Conselho de Disciplina será dirigido por José Sousa Santos.

O novo bastonário só deverá encontrar-se com a Ministra da tutela, Cristina Fontes Lima, depois da tomada de posse, mas já sabe qual vai ser a estratégia a adoptar. “Vamos privilegiar o diálogo e a lealdade institucional, mas defenderemos os estatutos, as leis e as normas da Ordem dos Médicos. Se houver diálogo, não teremos problemas nenhuns”, garante Daniel Ferreira.

O bastonário eleito desvaloriza ainda o facto de ter ido sozinho a eleições. “Não sei dizer se é sinal de união. Por vezes tivemos eleições concorridas, algumas situações foram mesmo fracturantes e isso nem sempre foi bom para a classe. Pessoalmente, gostaria que houvesse outra candidatura, outra ideia. Quando me disponibilizei, tive um vasto movimento de apoio, tentei compor uma lista equilibrada e creio que temos uma lista bem elaborada. Penso que poderemos fazer um mandato tranquilo para bem da saúde e da classe médica cabo-verdiana”, disse.

Daniel Silves Ferreira trabalhou no Hospital Agostinho Neto (1986-1987) e desempenhou o cargo de Delegado de Saúde da Boa Vista (1987-1990) e do Tarrafal de Santiago (1990-1991). Foi director do Programa Nacional de Saúde Mental (1997-1999 e de 2001-2003) e docente na área de Psiquiatria e Saúde Mental na Escola de Enfermagem Manuel Olímpio (1999-2007) e na Universidade Jean Piaget (2006-2008). É o actual presidente da Associação A Ponte.

 

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Autoria:Expresso das Ilhas,5 dez 2015 6:00

Editado porDulcina Mendes  em  6 dez 2015 7:38

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