Em Genebra, o vice-presidente do grupo que avalia as iniciativas sobre as DTNs em África, Ricardo Thompson, disse que o arquipélago regista apenas uma das 10 infecções prioritárias por eliminar. O grupo de doenças é o que tem recebido menos meios nos esforços de saúde.
"Cabo Verde tem um peso de doenças tropicais negligenciadas muito pequeno, limitado somente a parasitas intestinais e muito rapidamente poderá atingir a eliminação. Temos um país pequeno também, São Tomé e Príncipe, que é capaz de atingir a eliminação bastante rapidamente. Temos a Guiné-Bissau onde a situação epidemiológica mudou muito durante os últimos anos. É considerado um daqueles que pode atingir a eliminação se forem focalizados esforços para a intervenção."
A OMS lidera os esforços internacionais para fazer com que as comunidades em risco tenham campanhas de tratamento que envolvam várias pessoas de uma só vez com remédios mais eficazes.
Thompson reiterou o apoio da agência a dois lusófonos africanos que avançam, mas defende que as acções devem acelerar.
"Moçambique, um país grande, com uma população em risco bastante grande. Quase 75% da população em Moçambique está em risco de algumas destas doenças mas que está um pouco adiantado nos seus esforços. Temos um país com um pouco de necessidade de acelerar os seus esforços de implementação que é Angola, que está a fazer um grande esforço para mapear e saber onde exactamente ocorrem as doenças para depois começar as intervenções."
Até sábado, a segunda Conferência de Doenças Tropicais Negligenciadas é marcada pela apresentação de estudos científicos e casos de sucesso para erradicar o grupo de enfermidades no planeta até 2020.