As reclamações vieram à tona, no dia 7 de Junho, no blogue nosstudantis.blogspot.com, administrado pela estudante de Jornalismo Vadimila Borges, da Universidade de Cabo Verde (UNICV). Vadimila Borges, em representação dos estudantes, aponta vários constrangimentos que os estão a prejudicar, nomeadamente a falta de salas de aula, de laboratório, bem como a carência de computadores e câmara de filmar.
“Há já algum tempo que a falta de salas de aula se tornou num problema, que se vem agravando. Situações desta natureza são constantes por aqui: professor à frente, acompanhado do seu exército académico à procura de uma sala disponível para leccionar”, desabafa a estudante de Jornalismo.
Assim, o burlesco da situação, dizem os futuros jornalistas, é que professores e alunos têm que “deambular diariamente pelos corredores” à procura de uma sala para dar as aulas. “A situação está a tornar-se cada vez mais crítica, sendo que já chegamos ao ponto de alunos e professor serem expulsos de uma sala porque o ‘dono’ chegou e estava no direito de ocupar o espaço que naquele momento era seu”, revela Vadimila Borges.
Se por um lado o estabelecimento universitário não tem salas de aula para tanta demanda, o mesmo se verifica em relação aos materiais e equipamentos para as aulas práticas. “Os materiais disponíveis são insuficientes e não chegam sequer para cobrir metade das necessidades que os alunos apresentam”, afirma a jovem.
Os alunos questionam a má gestão dos equipamentos e infraestrutura: “O que dizer de uma universidade que inaugura um ‘laboratório’ às pressas, bem equipado, com tudo e mais alguma coisa e em menos de um ano tudo o que nos sobra são apenas uma sala que simula um laboratório, computadores sem utilidade e menos do de meia dúzia de câmaras de filmar?”
Não obstante o estado de deterioração do laboratório, o acesso ao mesmo está a ser difícil, com prejuízo na ministração das aulas. “Somente agora é que a sala passou a ser vigiada e protegida, de tal forma que somos barrados. Chegamos a não ter aulas consecutivas porque não há chave. E se não há chave, não há aula”, critica Vadimila Borges.
“Desejamos e merecemos ter uma universidade de qualidade, que respeite os seus alunos e que, acima de tudo, entenda que não queremos ser ‘profissionais amadores’, isto é, profissionais somente com diploma”, conclui em jeito de apelo.