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“São nossas prioridades investir na qualificação dos territórios, tornando-os em lugares atrativos para viver, visitar e investir, na conectividade, ligando as ilhas entre si e com o mundo através dos transportes, da informação, do conhecimento, da tecnologia e do cosmopolitismo, e do modelo de governação mais eficiente das ilhas através da regionalização”, afirmou Ulisses Correia e Silva na Sessão Solene comemorativa do Dia do Município de São Vicente.
De seguida, o Chefe do Executivo enumerou os grandes projectos que estão em curso em São Vicente, nomeadamente a requalificação da cidade do Mindelo e dos bairros, a asfaltagem Mindelo/Baía, a requalificação da Baía, o programa de habitação social, abrangendo mais de 100 casas¸ a intervenção no Centro de Artesanato de Mindelo, o restauro do Palácio do Povo e outras medidas, como as de transformar o Carnaval de Mindelo numa indústria com impacto económico sobre a ilha.
Ulisses Correia e Silva destacou igualmente importantes projectos que vão arrancar com o financiamento do Afrixembank, no valor de 85 milhões de euros.
“Espero que possamos assinar com o Afrixembank e com pelo menos dois operadores privados, já neste mês de Fevereiro, um acordo avaliado em mais de 85 milhões de euros, para fazer com que a ilha despolete o seu turismo. Estamos a falar do Salamansa Resort e Hotel Tulipa Matiot”, anunciou, acrescentando o Terminal de Cruzeiros, a criação da Zona Especial da Economia Marítima, a nova maternidade do HBS e o centro de hemodiálise da região Norte que serão uma realidade na ilha.
Requalificação urbana
Na ocasião Correia e Silva reafirmou que o seu governo vai lançar um pacote de 100 milhões de euros, para investir na requalificação urbana, reabilitação de habitações, melhoria de acessibilidades, regeneração de centros históricos, reabilitação de património histórico, cultural e religioso, requalificação de orlas marítimas e desencravamento de localidades rurais com potencial agrícola e turística. Uma medida que vai beneficiar todas as ilhas do país.
No mesmo dia, no acto de inauguração da sede do Ministério da Economia Marítima, o Primeiro-ministro defendeu a instalação da sede de um ministério fora da capital como inovador e desafiador e capaz de fazer crescer a economia de São Vicente.
Decisão fundamentada
“Esta decisão não foi tomada ontem nem anteontem. Foi muito amadurecida e fundamentada em todo o histórico da ilha. São Vicente tem tradição, história, e isso por si só justificavam a instalação. A tendência dos países é percorrerem os caminhos da sua história, não para construir uma retórica de nostalgia e sim para potenciar vivências de gerações e valorizar aquilo que se pode desenvolver dos conhecimentos que vão se acumulando”.
Correia e Silva exprimiu a sua convicção de que o recém-inaugurado Ministério da Economia Marítima será capaz de fazer a economia de Cabo Verde e de São Vicente desenvolver-se mais, aumentando o seu potencial de crescimento através da economia marítima. Entretanto apelou à sociedade mindelense e aos empreendedores, académicos para acreditarem, porque o desenvolvimento é também uma construção humana.
O Primeiro-ministro recordou que São Vicente já teve uma economia florescente à volta do mar e que, por isso, tem potencial para o desenvolvimento deste sector.
Precisa-se agora, acrescentou, ter uma visão integrada, de qualidade, e de criar um ecossistema do desenvolvimento da economia marítima, que inclui investigação e desenvolvimento, formação profissional, ensino superior, academias e universidades, que possa conectar-se na vocação do desenvolvimento de São Vicente.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 843 de 24 de Janeiro de 2017
