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Soraia Dias, promotora da marcha, afirma que a marcha é uma forma de mostrar que a população de São Vicente está solidária com as famílias das crianças desaparecidas
“Tenho acompanhado as notícias das crianças desaparecidas, é um assunto que me afecta muito. Então tive esta ideia. Dia 1 de Junho é o dia em que os pais deixam os seus afazeres para irem passear os seus filhos e penso que neste dia os pais vão sentir ainda mais a dor das suas crianças desaparecidas. Vamos sair à rua para mostrar que estamos juntos com estes pais, que também queremos respostas, também queremos que as crianças voltem para casa, que também temos saudades delas”, afirma.
O desaparecimento de pessoas no país não é um fenómeno actual. Soraia Dias lembra que há vários casos de desaparecimento na ilha de São Vicente que também nunca foram resolvidos.
“Queremos também que as famílias de pessoas desaparecidas em São Vicente venham fazer parte da manifestação, com fotografias das vítimas, para mostrarem as suas gentes desaparecidas e que nunca tiveram nenhuma resposta", convida.
A 28 de Agosto de 2017, Edine Jandira Robalo Lopes Soares, de 19 anos, deixou a sua casa alegando que ia levar o bebé para controlo no PMI, na Fazenda. Mãe e filho continuam desaparecidos.
A 14 de Novembro, Edvânea, de 10 anos, saiu de casa para fazer um recado, a menos de 100 metros da sua residência, e não voltou a ser vista.
O último caso aconteceu já este ano, no passado dia 3 de Fevereiro. Clarisse Mendes (Nina), de 9 anos, e Sandro Mendes (Filú), de 11, saíram de casa em Achada Limpo, para comprarem açúcar, em Água Funda. Não regressaram a casa.
