Central sindical de Portugal disponível para ajudar no aumento da negociação colectiva em Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Lusa,29 ago 2018 15:20

Carlos Silva, UGT
Carlos Silva, UGT(DR)

O secretário-geral da UGT, central sindical portuguesa, reconheceu hoje, na cidade da Praia, que a negociação colectiva em Cabo Verde é "muito frágil", manifestando-se disponível para ajudar os sindicatos cabo-verdianos na sensibilização para a importância deste aspecto do código do trabalho.

Carlos Silva falava à agência Lusa no final de uma reunião com a embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Helena Paiva, na cidade da Praia, com quem abordou questões relacionadas com o mercado laboral.

"Estamos disponíveis para investir na formação, mas também queremos reivindicar boas condições de trabalho", disse Carlos Silva, referindo-se à intenção de promover uma área de formação profissional na ilha de São Vicente, criando um curso de hospitalidade do turismo, tendo em conta que este "representa uma parte importante das receitas" no país.

É intenção da UGT, no âmbito do apoio às congéneres cabo-verdianas, mostrar às entidades patronais que é possível ajudar na formação, mas que são necessárias condições de trabalho e, nomeadamente, a implementação da negociação colectiva.

"A negociação colectiva é vista pelos trabalhadores em Cabo Verde de uma forma muito frágil, sobretudo quando são grandes empresas internacionais. O que queremos dizer é que a negociação colectiva só pode funcionar se houver acordo de partes", referiu.

Sobre o diagnóstico laboral em Cabo Verde, Carlos Silva reconheceu que em certos casos "é muito difícil chegar à fala com alguns representantes empresariais" e, logo, defender condições para os trabalhadores".

"Sabemos que o salário mínimo é baixíssimo e os salários médios também são baixos. Ora, se um trabalhador que tenha de se deslocar para outra ilha para trabalhar num hotel, e se decidir levar a família, ele fica a viver como? Numa barraca?", questionou.

O secretário-geral da UGT reconhece que não cabe a esta organização negociar com as empresas empregadoras, mas mostrou abertura para "ajudar à sensibilização", seja através de contactos com organismos, como com o próprio governo.

A este propósito sublinhou: "Os trabalhadores são os representantes do fator trabalho e aqui quem paga sempre é o trabalho".

Na sexta-feira, a delegação da UGT participa no seminário internacional "Comparação sobre os modelos de Negociação Coletiva e de Estratégias de Sindicalização", que decorre na cidade da Praia, ilha de Santiago.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,29 ago 2018 15:20

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  30 ago 2018 12:23

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