A greve inicia-se na quinta-feira, 11, pelas 8:00 e vai até sexta-feira, 12, às 22:00.
A reivindicação foi anunciada pelo presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública (Sindetap), Domingos Barbosa, em conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, na sequência da assembleia-geral dos inspectores da IGAE.
Conforme sustentou, a greve irá contar com a adesão dos oito inspectores da instituição, impondo a IGAE, através do Ministério da Indústria e Comércio e Energia, a publicação da lista de transição e grelha salarial dos trabalhadores, que, segundo ele, deve coincidir com a grelha salarial aprovada no estatuto da referida instituição e pago com efeito retroactivo.
“Esta posição do sindicato contrapõe a lista que foi enviada pela DGPOG e Ministério da Indústria e Comércio e Energia à Direcção Nacional da Administração Pública (DNAP), para publicação, entra em contradição com a grelha salarial do estatuto dos inspectores da IGAE, publicado no boletim oficial 110, de 17 de Setembro de 2020, faz com que haja um corte salarial na ordem de 20% do salário dos Inspectores”, alegou o sindicalista.
Domingos Barbosa precisou que os salários que constam da lista de transição não estão de acordo com o salário previsto no estatuto, tendo sublinhado que o Sindetap está aberto ao diálogo e a negociações com o Ministério da Indústria e Comércio e Energia, apesar de terem já tentado uma negociação, “mas sem sucesso”.
Em representação da classe, a inspectora Ineida Orrico explicou que a reivindicação vem na sequência da publicação do novo estatuto, que em Setembro completa um ano da sua publicação, e até hoje não tiveram acesso à lista de transição, tendo alegado que o referido estatuto demorou “quase cinco anos para ser publicado”.
“Tentamos alguns contactos com a direcção do ministério de Indústria Comércio e Energia e com a IGAE junto da DNAP para tentar solucionar o nosso problema, mas não tivemos nenhuma resposta satisfatória, por isso avançamos para o pré-aviso de greve para reivindicação e publicação desta lista actualizada”, reiterou Ineida Orrico.
A inspectora avançou ainda que ficaram a saber através do Sindetap que existem ainda “algumas irregularidades” nesta lista que “precisam ser reparadas”, sendo que o salário “não corresponde, por que houve um corte de 20%”.
Ineida Orrico adiantou que não vão voltar atrás nesta decisão mesmo considerando que a situação por que passa o País neste momento seja “delicada”, tendo frisado que o ministério deve encontrar solução para salvaguardar o aumento salarial que lhes é “de direito”.
“Nós estamos expostos a mais riscos, a mais horas de trabalho então compreendemos que a situação actual não é das melhores, mas é preciso canalizar dinheiro para resolver o problema dos inspectores e pagar um salário digno”, reforçou, ressaltando que se este caso não for resolvido irão partir para outra acção.
A grelha salarial da IGAE vigora desde 1999, data da criação da instituição, e até então não foi revisto, informou a inspectora, reiterando que não tiveram “nenhuma alteração” no salário.