De acordo com informação do Ministério do Mar, a operação será realizada através da Direcção Nacional de Pesca e Aquacultura, começando com a identificação destas embarcações “abandonadas nas zonas de descarga de pesca, praias, cais de pesca ou arrastadouros de todo país” e a sua posterior remoção.
“Esta iniciativa visa, por um lado, evitar perigos na navegação, riscos à saúde pública e ao meio ambiente, vazamento de resíduos oleosos e outras substâncias, e por outro lado, a reparação das embarcações que sejam ainda recuperáveis, e restituí-las às comunidades piscatórias”, explicou fonte do Ministério do Mar.
Cabo Verde contava no final de 2021 com 3.125 pescadores artesanais e 1.881 vendedores de peixe, além de 1.434 barcos artesanais a motor e 127 embarcações de pesca industriais e semi industriais, de acordo com os dados ainda provisórios do V Recenseamento Geral das Pescas, que decorreu de 22 de Novembro a 07 de Dezembro de 2021.
O arquipélago contava no mesmo período com 1.403 armadores de pesca, 36 embarcações de pesca desportiva e 151 infraestruturas de apoio.
Os dados apontam ainda que desde 2011, quando foi realizado o levantamento anterior em Cabo Verde, os recursos humanos no sector das pescas aumentaram em mais de 1.500 trabalhadores.
O país conta ainda com três fábricas de conserva e uma unidade de aquacultura, entre outras infraestruturas do sector das pescas, de acordo com o mesmo recenseamento, realizado pelo Instituto do Mar, com o apoio do Instituto Nacional de Estatística.
A Lusa noticiou em Fevereiro que o valor das exportações cabo-verdianas de conservas e peixe congelado atingiu 38 milhões de euros em 2021, um aumento de 1,6% face a 2020.
De acordo com o mais recente relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), que detalha as exportações, este volume de vendas de conservas e peixe congelado - que representa mais de 80% das exportações do arquipélago -, ascendeu, de Janeiro a Dezembro de 2021, a mais de 4.197 milhões de escudos.
Nos 12 meses de 2020, essas vendas foram de 4.133 milhões de escudos, o que representa um crescimento de 1,6% em 2021.
Contudo, este desempenho ainda fica abaixo das exportações de conservas e peixe congelado anteriores à pandemia, que foram de 5.734 milhões de escudos em 2018 e de 4.856 milhões de escudos em 2019.
Segundo dados anteriores do Instituto Nacional de Estatística, Espanha é o país que mais compra os produtos cabo-verdianos, com uma quota superior a 60%, mantendo uma forte actividade na indústria conserveira, essencialmente na ilha de São Vicente.