Lourenço Lopes fez esta consideração aos jornalistas, à margem do encerramento da formação em “Captação e Edição de Imagem”, promovida pela AJOC.
O governante referia-se ao relatório de actividades entregue esta quinta-feira pela Autoridade Reguladora para a Comunicação Social, indicando “um ano difícil” para a comunicação social devido aos conflitos que os órgãos da comunicação social e os jornalistas enfrentaram com o poder judicial.
“Nunca se falou também no sector da comunicação social como hoje em Cabo Verde, devemos encarar essas situações entre potencial conflito entre os órgãos da comunicação social com profissionais das outras áreas de actividade ou no sector da Justiça com absoluta tranquilidade. Basta ver o que acontece noutras democracias consolidadas, como Portugal (…), notou.
Para o secretário de Estado, a entrega deste relatório ao parlamento significa que a ARC “está a cumprir o seu papel enquanto Autoridade Reguladora para a Comunicação Social”, sublinhando que os jornalistas “têm onde recorrer”, havendo um problema no exercício da profissão.
Isto, no seu entender, é um sinal de maturidade da comunicação social e da democracia no País, considerando que um dos pilares fundamentais” é uma imprensa livre, pujante e que escrutina a actividade pública, governativa e a própria sociedade”.
Relativamente ao funcionamento da Radio Televisão Caboverdiana (RTC), asseverou que o Governo deposita “total confiança” nos dirigentes e nos 250 trabalhadores de Santo Antão a Brava, de mesmo modo que, sublinhou, o mesmo “não interfere” na administração financeira, patrimonial ou editorial.
“A ideia que nós temos é que há uma definição clara das competências da administração e editorial dos directores da RCV e RTC, mas é importante dizermos que em sede nº 5 dos estatutos da RTC, os directores dos órgãos têm autonomia na gestão dos conteúdos”, frisou, reiterando que esta autonomia é exercida, também, no quadro das orientações do próprio Conselho da Administração.
Lourenço Lopes disse que é preciso um “espírito positivo e generoso” para compreender os papéis de cada actor no sistema político e na própria administração pública.
“Depositamos total confiança nos profissionais da imprensa livre em Cabo Verde, e que vão continuar a contribuir para que Cabo Verde se afirme como uma referência importante da liberdade de imprensa e democracia em África e no mundo”, completou.