Em declarações à Inforpress para um balanço sobre os nove anos de existência, a presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia), Isabel Moniz, avançou que a associação trabalha com 572, seguindo um total de 78 casos, sendo que aos 600 existentes na base de dados consegue dar algum tipo de resposta.
“Não conseguimos chegar em termos de reabilitação e habilitação a todos, mas temos um trabalho montado em que apoiamos crianças, jovens e filhos em condições de deficiência com atendimento, cesta básica e outros”, disse.
Isabel Moniz indicou ainda que a Colmeia presta serviço a 100 crianças e jovens com atendimento continuado, assim como promove formação para o trabalho de autonomia de despiste vocacional e formação profissional, de acordo com o apoio de instituições na área.
A associação ao longo desses anos, segundo ressaltou, conseguiu colocar várias famílias na lista da pensão social e atendimento social, e tem vindo a trabalhar para apoiar as famílias no conhecimento dos seus direitos.
Afirma ainda que com o apoio dos parceiros a associação conseguiu manter até Março a cesta básica para as famílias, pelo que advoga que os desafios da Colmeia para serem vencidos terá de haver financiamento.
“Nós continuamos com o duodécimo no valor de 87.850 escudos, temos seis técnicos especialistas identificados para trabalharem nesta área e apoiamos ainda as famílias com 42 escudos para pagarem transporte e poderem trazer os filhos para atendimento”, esclareceu.
Ainda segundo Isabel Moniz, ao longo dos anos a Colmeia tem procurado, a nível de inclusão social, solicitar o aumento do duodécimo, mas nunca conseguiu, daí o trabalho em projectos para poder alcançar financiamento e conseguir, assim, manter os técnicos no serviço.
A nível de políticas públicas, realçou que continuam a correr atrás de respostas para as famílias e crianças vulneráveis em termos de reabilitação e habilitação, assim como comparticipação do INPS (Instituto Nacional da Previdência Social).
“São áreas que ainda não conseguimos e que, ao longo dos anos, temos estado a falar com o poder público no sentido de Cabo Verde ter um serviço de intervenção precoce e um trabalho de despiste vocacional para podermos empoderar os jovens com deficiência com formação profissional”, prossegue, reforçando a falta de comparticipação no sistema contributivo do INPS.
Refere que tudo isto é uma questão de “direitos humanos”, à qual Cabo Verde ainda não conseguiu dar respostas e lembra a falta de professores de apoio em termos de educação e trabalho de conteúdos para as crianças com deficiência que estão a estudar.
“Por tudo o que não estamos a conseguir vamos lançar no dia 21 uma petição em que queremos uma decisão dos quatro pontos acima referidos, que é importante na vida de um cidadão que precisa de respostas”, disse, adiantando que a associação pretende recolher três mil assinaturas para entregar à Assembleia Nacional.
Por isso, em mais um aniversário, Colmeia anuncia que no dia 21 vai homenagear todos os parceiros e pessoas que vêm ajudando a associação com um diploma de Embaixador de Boa Vontade.
A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais foi constituída a 16 de Abril de 2014 e tem como principal missão sensibilizar a nossa população e os poderes públicos sobre a temática da deficiência, para a criação de respostas e oportunidades para cada cidadão que possa estar na condição de deficiência.