A intervenção, segundo a presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Ana Samira Baessa, resultou de um termo de compromisso assinado entre o Ministério da Cultura, através do IPC, a Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago e os beneficiários.
O termo assinado no passado mês de Abril, no âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios estabelece que a cada três anos, no máximo, serão feitas intervenção nessas coberturas.
“E também havíamos comprometido com os moradores que a primeira intervenção iria ocorrer ainda este ano, os trabalhos iniciaram logo no mês de Junho, e conseguimos”, salientou, reconhecendo a importância dessas habitações em preservar uma cobertura singular, tratando-se de um património imaterial.
Ana Samira Baessa assegurou que o IPC tem todo o interesse em preservar as casas da Rua da Banana, daí justificar a formalização desse compromisso, até porque diz entender que os custos da protecção e da salvaguarda do património cultural não podem ser assumidos integralmente pela comunidade local.
“O que nós constatamos é que ao longo dos anos, apesar de haver o reconhecimento da importância desta rua, das suas características, as intervenções eram feitas de forma muito esporádica, e não com uma periodicidade, o que tem gerado ao longo dos anos algum descontentamento no seio dos proprietários”, observou.
Daí que, sublinhou, este termo estabelece o compromisso de pelo menos a cada três anos sejam feitas renovações, cientes de que se trata de uma das ruas mais visitadas de Cabo Verde.
“Este aspecto degradado que vinha ocorrendo nas coberturas das casas também acabava por não ir ao encontro às expectativas que os visitantes trazem quando visitam a Rua Banana”, admitiu, tendo informado que no total foram reabilitadas 12 casas com cobertura de palha, num montante de 1.500 contos.
A perspectiva, acrescentou, é sensibilizar depois os moradores que ainda não têm esta cobertura para fazerem, lembrando que existe neste momento um termo de compromisso que permite estabelecer uma certa confiança entre os moradores e as instituições neste sentido.
Por seu lado, o representante dos moradores, Edmir Ferreira, congratulou com o feito, considerando que se trata de um grande passo concretizado, apesar de, afirmou, ter já demorado 11 anos desde a última cobertura.
“Agora espero que o compromisso que foi assinado venha a ser seguido de três em três anos, conforme o estabelecido” afirmou, afiançando que os moradores estão contentes, mas que gostariam também de ver os pavimentos reabilitados.
O projecto de reabilitação da cobertura das casas da rua da banana aconteceu no quadro da implementação do Plano de Gestão da Cidade Velha 2019-2022, eixo II – Desenvolvimento Urbano: Conservação e Valorização da Paisagem Urbana Histórica, onde se procura um melhor equilíbrio entre a conservação do património cultural e natural e o desenvolvimento Urbano.