Em declarações à Inforpress, o presidente do SISCAP, Francisco Furtado, explicou que em causa está o não cumprimento, por parte do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), do acordo assinado, sob a mediação da Direcção Geral do Trabalho, sobre a publicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
“O INIDA comprometeu-se com o sindicato representativo desses trabalhadores que a reforma antecipada iria sair a partir de 30 de Setembro, e estes trabalhadores teriam um aumento salarial e outras alterações até limite de idade para a reforma, com o PCCS, que deveria ser publicado 30 de Outubro impreterivelmente. Esperamos até agora, sem nenhuma resposta”, disse.
Entretanto, prosseguiu, entregaram o pré-aviso de greve desde o dia 13 deste mês e esta entidade empregadora não avançou se o documento já foi e nem se vai ser publicado.
Francisco Furtado disse que no encontro de mediação realizado esta segunda-feira, e que terminou até às 18:00 não saiu nada, por isso, reuniram-se ontem com os trabalhadores a ultimar os preparativos para a greve que se realiza nos dias 22, 23, e 24, exigindo a publicação do PCCS, um instrumento que aguardam desde 2015.
“A justificação que nos deram é que o documento foi para a Direcção Nacional da Administração Pública (DNAP) e que esta ainda não procedeu à sua publicação. Mas nós queríamos um comprovativo que nos mostrasse, pelo menos, que foi dada a entrada do documento”, adiantou, assegurando que só desta forma poderiam cancelar a greve, assim como fizeram anteriormente.
O sindicalista lembrou que já tinham entregado o pré-aviso de greve para o mês de Agosto, mas que acabaram por suspender após chegarem a dois acordos, ou seja, a publicação do PCCS, que até agora não aconteceu, e também o aumento salarial dos funcionários.
“Desta vez decidimos não suspender, avisando que o sindicato tem compromisso com trabalhadores e que não podemos andar com demagogia para com os nossos associados”, sustentou.
Francisco Furtado realçou que os 29 trabalhadores que foram para a reforma antecipada também vão participar da greve porque o PCCS vai melhorar os seus salários conforme o acordo aprovado em 2021.
A greve inicia a partir das 08:00, com concentração na Fazenda em frente a Caixa Económica, seguindo marcha às 08:30 para o Platô, para concentrarem durante o dia em frente ao Ministério da Agricultura e Ambiente.
No segundo dia, os trabalhadores estarão concentrados nas instalações do INIDA, em São Jorge dos Órgãos, e no terceiro dia, nas suas instalações em Achada São Filipe, na Praia.