Doenças Crónicas Não Transmissíveis são responsáveis por 17% das mortes prematuras em Cabo Verde – estudo

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,28 nov 2023 14:19

As Doenças Crónicas Não Transmissíveis (DCNT), nomeadamente hipertensão arterial, diabetes, obesidade, cardiovasculares, respiratórias e cancros, são responsáveis por 17 por cento (%) das mortes prematuras em Cabo Verde, revela um estudo apresentado hoje na Praia.

O estudo, apresentado pela consultora Carla Matos, no âmbito da apresentação do Plano Estratégico Multissectorial Integrado de Prevenção e Controlo de Doenças Não Transmissíveis 2024/2028, indica ainda que a prevalência de consumo de tabaco situa-se em 9,6%, o consumo de drogas ilícitas em 7,6% e o consumo nocivo de bebidas alcoólicas em 17,5%, como evidências de factores de risco no arquipélago.

A consultora aponta também como evidências de risco a inactividade física, cuja prevalência é de 31,8%, a obesidade 14,3%, o sobrepeso 44,2% e o consumo de sal com prevalência em 9,2g por dia.

Perante estes dados, Carla Matos, avança uma taxa de 30,2% de hipertensão arterial versus registo em 5,4%; de diabetes em 3,7% versus registo 2,03%; de 6,7% do risco de doença cardiovascular (RDC) em pessoas de 40 a 69 anos de idade e em 10 anos mais em 30% ou com RDC já existente; 70,2% de prevalência de HTA com tensão arterial (TA) elevada e sem medicação.

Ainda segundo o documento apresentado, 52,2% de mulheres em Cabo Verde, dos 30 a 49 anos, foram rasteados para o cancro do colo uterino, 18,8% dos cabo-verdianos nunca foram ao dentista e que 1,6% de adultos planearam tentar suicídio.

Com estes dados, a consultora realça a importância do Plano Estratégico Multissectorial Integrado de Prevenção e Controlo de Doenças Não Transmissíveis (DNT) 2024/2028 e defende uma missão de intervenção nos factores de risco que assegura a cooperação entre os diferentes sectores para a melhoria dos determinantes sociais de saúde de forma integrada e eficiente visando reduzir a morbi-mortalidade por doenças não transmissíveis.

Um dos objectivos, explicou, é a redução em 5% da mortalidade prematura devido às DNT até 2028, e intervenções estratégicas na governação para as DNT, prestação de cuidados e saúde, prevenção e redução dos factores de risco e vigilância, monitorização e avaliação do plano.

Recomenda, assim, a criação de um comité intersectorial para as DNT, criação e revisão dos mecanismos legais que visam a redução dos factores de risco, criação de mecanismos de tributação inovadores como pagamento de taxas aplicadas ao tabaco, álcool, bebidas açucaradas, gordura trans e outros.

O estudo apresentado aconselha ainda a implementação do WHO-PEN a nível nacional; integração do controlo das DNT através da colaboração com programas que influenciam as DNT e suas complicações; introdução de serviços de cuidados paliativos nos CSP; estabelecimento de um sistema de referência e contra referência para saúde mental e outras doenças.

Consta ainda de recomendações a criação de um programa/mecanismo de retenção dos PV-DNT ao medicamento, usando a experiência do HIV, a criação de serviços de atendimento pré-hospitalar para atendimentos ao trauma em especial os acidentes de viação e quedas e a implementação da estratégia de prevenção do suicídio.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,28 nov 2023 14:19

Editado porAndre Amaral  em  29 nov 2023 11:30

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