De acordo com as informações avançadas no comunicado, a Procuradoria-Geral da República, ao receber informações da Polícia Nacional sobre o suposto disparo de arma de fogo contra o autarca, ordenou imediatamente a abertura de uma instrução criminal na Comarca de Santa Catarina. Diversas diligências foram realizadas para descobrir a verdade material, incluindo a preservação de provas.
O comunicado detalha que após conduzir diversas investigações, incluindo exames forenses e periciais em áreas como informática, análise de imagens de vídeo-vigilância, medicina legal, balística, DNA, reconstituição da cena do crime e inspecção judiciária, além de análises fotográficas e de informações bancárias e de telecomunicações, o Ministério Público decidiu encerrar a instrução. Ficou comprovado durante a instrução que o falecimento do ex-autarca ocorreu devido a um ato voluntário, no qual ele escolheu cometer suicídio usando sua arma de fogo.
“Perante o exposto, o Ministério Público, nos termos do artigo 315.º, n.º1, do código do processo penal, encerrou ao arquivamento de instrução por ter recolhido prova bastante de não se ter verificado crime”, lê-se no comunicado.
O comunicado avança que os autos encontram-se disponíveis, para consulta, na Procuradoria-Geral da República por “Qualquer pessoa que nisso revelar interesse legítimo”, uma vez que o processo já não se encontra sob segredo de justiça.
Beto Alves, ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, foi encontrado baleado, na madrugada do dia 22 de Dezembro de 2020, na varanda da sua residência, na cidade de Assomada. Alves foi socorrido ainda com vida para o Hospital Santa Rita Vieira, em Santa Catarina, mas viria a ser transferido para o Hospital Agostinho Neto, na Praia, para ser-lhe removido o projectil que ficou alojado no lado esquerdo do crânio.
Após dois dias internado em estado crítico, Beto Alves acabaria por falecer.