A informação foi revelada à Inforpress pelo especialista e professor da Universidade de Barcelona (Espanha), Jacob González-Solís, que há cerca de duas décadas colabora com a Associação Projecto Vitó e outras organizações não governamentais no estudo e proteção desta ave endémica.
“O Gongon está em declínio e, se não fizermos nada, talvez em 50 anos esteja extinto”, alertou Jacob González-Solís, sublinhando que, neste momento, os esforços de monitorização estão comprometidos por falta de apoio financeiro.
O Gongon, que se reproduz em zonas montanhosas de ilhas como Fogo, Santiago, São Nicolau e Santo Antão, enfrenta diversas ameaças, segundo a mesma fonte.
Entre elas, referiu, estão os predadores invasores, como gatos e ratos, que atacam ovos e crias; a poluição luminosa, que desorienta as aves jovens durante os primeiros voos em direção ao mar; a captura direta por humanos; e a presença de cães, que também podem predar ou perturbar as aves nos locais de nidificação.
De acordo com o último artigo científico publicado com base em dados de marcação e recaptura na ilha do Fogo, a principal causa do declínio da população é a predação por gatos, o que exige “uma intervenção urgente”.
Jacob González-Solís, que participou na IV Conferência da Década do Oceano, destacou o trabalho das ONG, como a Associação Projecto Vitó, a Lantuna (Santiago) e outras organizações nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau, na preservação do Gongon, agora ameaçada pela falta de continuidade financeira.