O vereador do sector do urbanismo da Câmara Municipal da Praia (CMP), Rafael Fernandes, considerou hoje, em reacção às acusações do PAICV, UCID e PP proferidas numa conferência de imprensa conjunta, de “xenófoba” a posição destes partidos.
“Focaram-se em dois casos: um na Prainha, mostrando-se nitidamente contra o investimento estrangeiro em Cabo Verde, com alguma xenofobia associada”, realçou Rafael Fernandes, defendendo a abertura a qualquer investimento, seja nacional ou estrangeiro e outro relativamente ao caso da residência do antigo embaixador da UE em Cabo Verde.
Neste quesito, o vereador acrescentou ainda: “Queremos atrair para a cidade da Praia todo investimento útil e dar emprego às pessoas e que seja de qualidade.”
Para Rafael Fernandes, PAICV, UCID e PP, ou estão desatentos ou não querem permitir que a Praia se desenvolva. Mas, garante, este executivo camarário irá continuar a trabalhar e a realizar obras em favor da cidade da Praia.
Em relação ao referido caso na Prainha, todo processo de atribuição de terreno goza de clareza e transparência e é dotado de um plano detalhado para o local e concurso público, assegurou o vereador.
Sobre este terreno, localizado ao lado da residência da Embaixada de Portugal, Rafael Fernandes é de opinião de que não se afigura de bom-tom um concurso público para a sua aquisição. Questiona: “Faz sentido lançar o concurso para aquisição de terreno ao lado de um diplomata?”
Mais uma vez acusa os três partidos de estarem a afugentar investimento. “Cabo Verde tem leis para atrair investimentos de pessoas que pretendem investir a sua reforma aqui”, frisa Fernandes, acrescentando que o ex-embaixador solicitou o terreno e pagou mais do que os outros na Prainha pagaram.
Em termos do projecto em si, Rafael Fernandes vai adiantando que se trata de um bom investimento para o local e que a CMP esteve bem a atribui-lo ao ex-embaixador da UE. “O contrário seria cedê-lo a qualquer um e pôr a segurança da residência da embaixada em perigo”, defende.
“Já demonstrámos que trabalhamos de forma séria e coerente, com processos e procedimentos. Efectuamos planos e colocamo-los em consulta pública pedimos à Assembleia toda autorização, lançamos concurso, mas há pessoas que não querem isso”, salienta Rafael Fernandes.
Conforme se sabe, o mesmo terreno já havia sido negado a um cidadão nacional. Isto porque, segundo Rafael Fernandes, se tratava de um prédio de quarto andares que iria pôr em risco a segurança e privacidade da residência da Embaixadora de Portugal.
As obras já estão em curso, e conforme frisa Rafael Fernandes não existe pedido de embargo daquela Embaixada.
Relativamente à atribuição de terrenos em Palmarejo Baixo, Rafael Fernandes veio afirmar que esta área pertence à Tecnicil. “A Câmara tem um ou outro terreno mas é para construção de equipamentos. Não estou a ver ali no Palmarejo Baixo qual terreno devemos ter cedido na orla marítima como dizem”, defende.
Quanto à “coligação” dos três partidos PAICV, UCID e PP para se posicionarem em conferência de imprensa contra a forma como a CMP está a atribuir terrenos, Rafael Fernandes considera que deveriam focar-se em assuntos mais prementes da sociedade.
“Ainda mais quando há partidos que nem têm representatividade a nível municipal. O PAICV deve já ter começado a campanha e pediu reforço da coligação, mas ainda há muito tempo pela frente”, apontou.
Para fazer face a esta espécie de coligação, PAICV, UCID e PP, Rafael Fernandes vê no trabalho e dedicação à causa da Praia a estratégia de luta.
Quanto ao deputado do PAICV na Assembleia Municipal, Edson Barbosa Andrade, o vereador do urbanismo da CMP disse que este não esteve presente no encontro realizado para socialização do projecto na Prainha. “Foi um dos faltosos”, diz.