O líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, falava a propósito de uma visita a Santo Antão iniciada este sábado. António Monteiro deslocou-se ao Planalto Norte e à Zona Sul do Porto Novo, onde, segundo disse, pôde constatar o “drama” com que as famílias vivem, nesta altura, por causa da seca.
“Aquilo que vimos choca e arrepia mesmo. Pessoas a percorrerem quilómetros e mais quilómetros à procura de uma gota de água”, diz.
Segundo o presidente da UCID, “não se pode continuar a ouvir o Governo a dizer que tem plano de emergência para socorrer as populações vítimas da seca, enquanto o gado está a morrer e as famílias estão desesperadas” à espera das acções prometidas pelas autoridades nacionais.
“O que vi nessas localidades drasticamente fustigadas pela seca é de uma tristeza absoluta”, afirma.
“Espero que o Governo aja a tempo de impedir que aconteça no Planalto Leste aquilo que se está a verificar no Planalto Norte do Porto Novo”, alerta.
O líder da UCID pede ao Governo faça funcionar o plano de emergência de salvamento do gado e de mitigação da seca, para criar condições para que os criadores tenham água e ração para o gado.
A necessidade de o executivo cabo-verdiano apostar na geração de empregos, para que as famílias tenham rendimentos, constitui outra preocupação do presidente da UCID, que aproveitou a sua estada no Planalto Leste para propor a implementação de um programa de limpeza da florestal local, actividade que, a seu ver, podia gerar postos de trabalho para as famílias.
António Monteiro chefia uma delegação do seu partido que, sábado, iniciou uma visita de três dias a Santo Antão, para constatar a situação socioeconómica da ilha, tendo em conta o mau ano agrícola.