Segundo o vice-presidente do PP, Felisberto Semedo, que falava hoje em declarações à Inforpress, esta foi uma das conclusões saídas da reunião quinzenal do partido realizada este domingo na cidade da Praia.
Felisberto Semedo disse que o índice de corrupção no arquipélago já está “muito avançado”, de tal forma que o seu partido acredita que a justiça cabo-verdiana “não está preparada tecnicamente para resolver essa situação”, razão por que está a pensar “seriamente” em solicitar a intervenção da justiça internacional.
Semedo, citou os casos do Novo Banco, TACV, Casa para Todos, denúncias do advogado Amadeu Oliveira e vários outros casos de morosidade da justiça, “não vimos, até agora, nenhum responsável político a ser responsabilizado por esses casos”.
Além da questão da corrupção, o Partido Popular abordou também na sua reunião quinzenal, mais três pontos, designadamente o clima no Parlamento, a situação do mercado do estádio do Coco, na cidade da Praia, e o caso da morte da parturiente, Eloisa Correia.
“Sobre o Parlamento em Cabo Verde, as sessões se tornaram brincadeiras. É um espaço de divergência de interesses dos deputados. Não estão a tratar nada que satisfaça os interesses do povo cabo-verdiano”, disse o dirigente do Partido Popular.
A respeito da morte da paciente que faleceu no dia 23 de Junho, no hospital Ramiro Figueira, no Sal, Felisberto Semedo afirmou que os dirigentes do PP ficam “tristes” quando oiçam deputados da situação e até membros do governo a defender que a morte não está relacionada com as condições em que a parturiente foi evacuada.
“Mas nós vimos nas imagens partilhadas nas redes sociais, o sofrimento da senhora dentro do barco. Consideramos que a mesma morreu por causa das condições em que foi evacuada. O socorro demorou muito tempo. Não acreditamos na justificação de que a jovem faleceu devido à descompensação de uma cardiopatia mitral que lhe causou um edema agudo do pulmão”, acrescentou.
Em relação ao mercado do Coco, Semedo afirmou que não se pode continuar com a situação em que “vendedeiras ambulantes são perseguidas” por venderem nas vias públicas quando a obra deste que é um espaço apropriado “estava para ser concluída em 2012”.
“Não há uma justificação concreta para saber o que aconteceu para que as obras estejam paradas”, frisou o vice-presidente do PP imputando responsabilidades às autoridades municipais.