De acordo com a organização dos Estados ACP, que tem como secretário-geral o antigo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, a cimeira virtual “destina-se a avaliar a actual situação global da COVID-19 e, em particular, os efeitos e consequências para os Estados-membros da ACP”, refere um comunicado divulgado no 'site' da organização.
A cimeira extraordinária “Ultrapassar a pandemia da COVID-19: construir resiliência através da solidariedade global” irá dividir-se entre um diálogo entre chefes de Estado dos países ACP e entre parceiros estratégicos para o desenvolvimento dos países.
“Realizada simultaneamente em quatro fusos horários diferentes, em que a organização dos Estados ACP opera, a cimeira deverá focar-se em três pilares: a construção da resiliência, a manutenção das economias e a retoma para uma forte recuperação e a estimulação da solidariedade global e aprofundamento de parcerias”, refere a organização, que acrescenta que no final está previsto um comunicado conjunto apoiado pelos países ACP.
A cimeira tem início marcado para as 12h00 de Bruxelas (09h00 na Praia) e terá uma declaração inicial pelo Presidente da República do Quénia e da organização, Uhuru Kenyatta.
O painel “Diálogo de chefes de Estado e Governo sobre os desafios enfrentados pelos Estados ACP durante a pandemia da COVID-19”, será aberto por uma intervenção do director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguindo-se a participação de chefes de Estado de vários países, incluindo do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, enquanto presidente da União Africana, e do Presidente angolano, João Lourenço.
A discussão sobre acções-chave para a solidariedade global contará, entre outros, com a participação do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
A primeira parte da cimeira será encerrada após intervenções de Georges Chikoti e de Uhuru Kenyatta, que abrirão a segunda parte, dedicada à consulta com parceiros estratégicos para o desenvolvimento.
Entre os participantes estarão o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, assim como o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a Presidente da Suíça, Simonetta Sommaruga.
Na cimeira participarão ainda a chanceler alemã (Angela Merkel), e os primeiros-ministros de Japão (Shinzo Abe), Noruega (Erna Solberg), Índia (Narendra Modi), Canadá (Justin Trudeau), Austrália (Scott Morrison) e Reino Unido (Boris Johnson).
O certame será concluído após uma intervenção final por Kenyatta.
“A pandemia de COVID-19 pede uma ação global e solidariedade. Juntos conseguiremos combater este vírus e as suas terríveis consequências socioeconómicas e assegurar o bem-estar dos nossos cidadãos. Agora é tempo de trabalhar em soluções inovadoras que também assegurem uma preparação global para o futuro”, vincou Georges Chikoti, no comunicado divulgado no 'site' dos Estados ACP, grupo composto por 79 países das três regiões.
Além de Cabo Verde, integram esta organização os outros países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) - Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 375 mil mortos e infectou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando sectores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
Em África, há 4.344 mortos confirmados em mais de 152 mil infectados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infecções (1.339 casos e oito mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), São Tomé e Príncipe (484 casos e 12 mortos), Cabo Verde (466 casos e cinco mortes), Moçambique (307 e dois mortos) e Angola (86 infectados e quatro mortos).