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Designado Mindelo Cruise Port, o terminal, segundo o chefe do Governo, representa o símbolo de uma nova era para o turismo cabo-verdiano, além de reforçar a centralidade de São Vicente na economia azul.
“Trata-se de um grande empreendimento ao serviço da economia de São Vicente e de Cabo Verde, com o impacto que queremos, e que vai ter, no crescimento económico, na dinamização da economia local, no sector do turismo e no emprego. Porque este é o ponto de chegada dos investimentos que fazemos, das políticas públicas que desenvolvemos, orientadas para as pessoas. Prometemos transformar São Vicente num destino turístico, atractivo e com centralidade na economia azul. E isso está a acontecer”, disse.
De acordo com Ulisses Correia e Silva, a infraestrutura representa, num campo mais vasto, o reforço de um ecossistema favorável ao investimento, por parte do sector privado.
“E temos como estratégia política multiplicar este efeito nas economias locais. Quanto mais oferta local tivermos para este mercado turístico, mais vamos gerar através do efeito multiplicador deste turismo, e isto está em curso, quer no investimento no terminal de cruzeiros, quer nos hotéis, quer nas condições que estão a ser criadas. O turismo significa criar oportunidades diferenciadas para as micro, pequenas e médias empresas. Para jovens empreendedores. As infraestruturas são meios para que outras coisas aconteçam. Por isso, boas infraestruturas têm de atrair bons investimentos privados, de micro, pequenos e médios empresários”, defendeu.
A infraestrutura permite a atracação simultânea de dois navios de cruzeiro de até 350 metros, com capacidade total para até 6.000 passageiros.
O PCA da Enapor, Irineu Camacho, aponta para um marco que revela um novo posicionamento do arquipélago no sector turístico mundial.
Com uma localização privilegiada entre a Europa e África, Cabo Verde pretende afirmar-se como uma paragem estratégica para navios de cruzeiro, integrando uma nova geração de infraestruturas que reforçam a competitividade do país.
“A nossa ambição é fazer de Cabo Verde uma excelente plataforma atlântica para o turismo de cruzeiros. Começámos com São Vicente, reconhecendo claramente o potencial desta ilha, que alberga uma das mais belas baías do mundo, e vamos continuar com um espírito de visão integrada, com um compromisso com o futuro, desenhando mais portos de cruzeiros para as nossas ilhas. A inauguração do porto de cruzeiros do Mindelo não representa apenas um projeto de construção, mas o início de uma nova fase de posicionamento de Cabo Verde no turismo internacional de cruzeiros. Celebramos este novo capítulo com uma identidade que simboliza a nossa ambição, o nosso futuro, a Mindelo Cruise Port”, afirmou.
O Porto de Cruzeiros do Mindelo representou um investimento total superior a 32 milhões de euros, com financiamento do Governo, OPEC Fund e Invest International (ORIO).
Presente na cerimónia, a Embaixadora dos Países Baixos, Carmen Hagenaars, destacou a histórica ligação entre Cabo Verde e os territórios holandeses, e o interesse do seu país em continuar a apoiar o desenvolvimento do arquipélago.
“O terminal de cruzeiros oferecerá uma nova forma de visitar Cabo Verde e especialmente São Vicente e Santo Antão. Com este novo terminal, estamos a dar nova forma a um velho vínculo, mais forte e mais sustentável do que nunca”, assegurou.
Na mesma linha, a directora-geral adjunta das Parcerias Internacionais da União Europeia (UE), Myriam Ferran, considerou que o novo terminal simboliza mais do que uma obra física: representa o poder transformador de uma parceria estratégica entre Cabo Verde e a Europa.
“Portanto, uma verdadeira combinação de factores, um verdadeiro projecto abrangente, pudemos fundir os conhecimentos especializados dos parceiros técnicos europeus e cabo-verdianos e, assim, fornecer uma infraestrutura que será capaz de proporcionar benefícios económicos concretos para todo o país, preservando ao mesmo tempo os padrões internacionais de segurança, ambiente, sustentabilidade e experiência clara dos passageiros. A realização demonstra o que é possível quando a experiência tecnológica, os instrumentos financeiros e os compromissos de parceria são combinados com uma visão estratégica e dedicação ao desenvolvimento sustentável”, sublinhou.
Myriam Ferran realçou que, juntamente com o Banco Europeu de Investimento, está a ser desenvolvido um programa para apoiar a modernização de mais portos no país, sendo o terminal do Mindelo a primeira fase do projeto.
