O Primeiro-Ministro (PM), Ulisses Correia e Silva, está a cumprir uma missão oficial aos Estados Unidos e Portugal, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência, sob o lema “Cabo Verde, nôs orgulho, nôs futuro”.
“Feliz comemoração dos 50 anos de Cabo Verde independente. Cabo Verde, nôs orgulho, nôs futuro”, começou por dizer o Chefe do Governo, sublinhando que o evento em Boston foi uma celebração da “história da nossa nação crioula resiliente, com orgulho e lições que nos permitem projetar um futuro risonho para todos os cabo-verdianos”.
Ulisses Correia e Silva recordou os momentos marcantes da história do país: “Fomos colónia portuguesa durante 500 anos. Conquistámos a independência em 5 de Julho de 1975, fruto de vários combates, vários protagonistas, com destaque para Amílcar Cabral. Conquistámos a liberdade e a democracia em 1991. Hoje, somos uma democracia respeitada no mundo.”
Apontando para o progresso alcançado ao longo das últimas décadas, o Primeiro-Ministro destacou a superação das adversidades.
“Fomos um país muito pobre. Morremos de fome na década de 40. Resistimos às secas. Hoje, somos um País de Rendimento Médio Alto, com segurança alimentar. Temos uma diáspora de sucesso, parte integrante da Nação.”
Entre os avanços registados, referiu os investimentos em energias renováveis, turismo, economia azul e digital: “Transformámos o vento e o sol em energia renovável, o mar em turismo, economia azul e água. Aproximámo-nos do mundo com conectividade. Investimos na inovação e na economia digital.”
“Ainda na Gala com a comunidade cabo-verdiana em Boston, pude expressar aquilo que considero essencial neste momento histórico: este percurso de nação resiliente é motivo para acreditarmos e reforçarmos a confiança nas nossas capacidades e no nosso país.”
O líder do Governo frisou que Cabo Verde é hoje “um país democrático e credível no concerto das nações”, bem posicionado em rankings internacionais de estabilidade, boa governação, transparência, liberdade de imprensa e liberdade económica.
Um dos pontos altos da sua intervenção foi a menção à recente graduação de Cabo Verde a País de Rendimento Médio Alto. “Um marco extraordinário para Cabo Verde. Poucos países africanos conseguiram esse feito”, afirmou.
Reconhecendo, no entanto, os desafios que persistem, Correia e Silva apontou para dados concretos: “Temos consciência dos desafios: 25% de pobreza e 20% de desemprego jovem. Mas escolhemos o otimismo virtuoso transformador.”
O Primeiro-Ministro garantiu ainda que o Governo está a trabalhar para responder às preocupações dos cabo-verdianos, incluindo os transportes interilhas. “Em breve, um barco dedicado vai operar nas linhas Praia/Maio e Fogo/Brava. Reafirmo o compromisso com a retoma dos voos da TACV para os EUA ainda este ano.”
No final da sua intervenção, deixou um apelo à comunidade emigrada nos Estados Unidos, numa altura em que Cabo Verde está incluído na lista de países sob risco de restrições de vistos: “Peço a colaboração da nossa comunidade: é importante cumprir os prazos e regras de permanência. Isso protege a nossa comunidade e a boa reputação de Cabo Verde.”