Segundo a presidente da câmara Municipal de S. Vicente, as mulheres que serão incluídas na sua lista serão por mérito próprio. Até porque, esclarece: "não vou pôr mulher só por ser mulher. Porque eu não sofro de psicose de quota". Isaura revela que é contra a defesa da quota e a maneira como ela foi introduzida pelo Instituto da Condição Feminina, actualmente denominado Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG). Apesar de agora ser do contra, confessa que já foi a favor, nos anos 70 e 80. É que de acordo com a sua justificação, "neste momento, o mundo já abriu a oportunidade da mulher, a sociedade também está a mudar, então compete a nós mulheres acreditarmos em nós, aumentarmos a nossa auto-estima, a formação. Vou ter uma lista com mulheres, mas capazes de falar".
Na óptica de Isaura Gomes, a mulher cabo-verdiana não entra, na política porque quando entra, é vexada em todas as formas: "Vai se ver com quem anda a mulher se entra no bar e se não sai. Já o homem pode ter três ou quatro mulheres, dorme hoje numa casa, amanhã dorme noutra e ninguém diz nada", critica Isaura Gomes, para quem "é preciso mudar a política cabo-verdiana, que tem que ser mais moralizada e feita com mais ética".
Para que haja maior participação da mulher na política, ela entende que a sociedade machista cabo-verdiana tem de deixar de penalizar a mulher.
Questionada sobre qual era a acusação mais feia que já recebeu enquanto mulher na política, a edil responde: "Super woman, que a minha vida é um antro de sexo. Mas, quem não gosta do sexo?"
Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.