Na qualidade de embaixador da China em Cabo Verde, gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos às autoridades competentes do governo cabo-verdiano pela conveniência e assistência prestada à vacinação da comunidade chinesa no país.
Enquanto o mundo ainda enfrenta a pandemia de Covid-19, para toda a humanidade, a comunidade internacional não pode superar este desafio se não por cooperação estreita. Como o primeiro país do mundo a relatar casos da Covid-19, a China tem participado ativamente da cooperação anti-epidémica global, incluindo convidando especialistas da Organização Mundial da Saúde(OMS) duas vezes para a China para fazer investigação da origem do vírus. Em março deste ano, a OMS divulgou oficialmente o relatório conjunto China-OMS de estudos sobre as origens da Covid-19, que concluiu cientificamente que “vazamentos de laboratório são extremamente improváveis”, propôs “busca de possíveis casos iniciais em escala global”, e pesquisa “a possibilidade de transmissão de vírus por cadeia de frio” e outras recomendações importantes. Este relatório é um consenso científico alcançado pelo grupo de especialistas da OMS, e deve ser respeitado e implementado por todas as partes.
No entanto, o rastreio da origem do coronavírus também enfrenta sérias interferências da manipulação política. Recentemente, mais de 70 países através de enviarem cartas ao Diretor-Geral da OMS, fazerem declarações ou comunicados têm manifestado apoios ao Relatório de Estudo Conjunto acima mencionado e objecções à politização do rastreio da origem da Covid-19. Mais de 300 partidos políticos, organizações sociais e Think Tanks em mais de 100 países e regiões enviaram uma "Declaração Conjunta" ao Secretariado da OMS, conclamando a OMS a conduzir pesquisas sobre o rastreio da origem de maneira objetiva e justa e se opor firmemente à politização de rastreabilidade.
No dia 13 de agosto de 2021, o Vice-Ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, presidiu uma reunião informativa sobre o rastreio da origem da Covid-19. Realizada online e offline, a reunião contou com a presença de mais de 160 chefes de missões diplomáticas e representantes de organizações internacionais na China. O Vice-Ministro reiterou a posição da China sobre a questão de rastreio da origem da pandemia da seguinte forma:
Em primeiro lugar, rastrear as origens do coronavírus é uma questão científica e apenas os cientistas estão qualificados para conduzir estudos para identificar a origem animal do vírus e sua via de transmissão para a população humana. Nenhum país tem o direito de permanecer indiferente às vidas, politizar essa questão científica, ou caluniar e atacar outros países apenas por seus interesses políticos egoístas. Em segundo lugar, o relatório conjunto China-OMS tirou conclusões e sugestões amplamente reconhecidas pela comunidade internacional e pelo setor científico, que devem ser respeitadas e implementadas pela OMS e todas as partes relevantes. O trabalho posterior de rastrear globalmente as origens do vírus deve e só pode ser feito com base nisso, em vez de começar tudo de novo. Terceiro, a China sempre apoia e continuará a participar de estudos científicos sobre as origens do vírus. O que rejeitamos é o rastreamento politizado, sem respeitar a resolução da Assembleia Mundial da Saúde, e que desfaz o relatório conjunto China-OMS. Quarto, o Secretariado da OMS deve observar as disposições da resolução da Assembleia Mundial da Saúde, consultar plenamente os países membros sobre o plano de trabalho para rastreamento global e mecanismos subsequentes e respeitar plenamente seus pontos de vista. Em particular, deve consultar o país em questão para chegar a acordo sobre um plano de estudo e realizar uma cooperação eficaz nesta base.
Ma Zhaoxu enfatizou que como outros países, a China também é vítima da pandemia e quer descobrir as origens do vírus e cortar as vias de transmissão o mais rápido possível. Dada a propagação contínua e repetidos surtos do vírus, a prioridade continua sendo uma distribuição mais equitativa de vacinas e cooperação solidária contra o vírus. Devemos ter uma abordagem científica para cooperar no rastreamento das origens e rejeitar categoricamente a politização. A China está pronta para continuar trabalhando junto com outras partes para desenvolver ativamente o rastreamento global com base na ciência e fornecer contribuições chinesas para a vitória final da humanidade contra a pandemia.
Desde o surto da epidemia da Covid-19 em Cabo Verde no ano passado, tenho mantido os cargos na embaixada com os meus colegas e trabalhado arduamente para promover a cooperação anti-pandémica entre a China e Cabo Verde. Cabo Verde participa activamente na cooperação internacional, e a sua Campanha de Vacinação tem sido implementada de forma progressiva com progresso positivo. Esse progresso não pode ser alcançado sem o apoio e a cooperação de parceiros de vários países, incluindo a China. Isso comprovou mais uma vez que, enquanto o mundo ainda enfrenta a pandemia, trabalhar juntos é o caminho para a vitória, e a manipulação política é um beco sem saída. Cada vez mais amigos cabo-verdianos me dizem que é errada a politização e a discriminação na pandemia. O rastreio é um problema de saúde pública e científico, relacionado à saúde das pessoas e à recuperação económica,requer a solidariedade e cooperação de todos os países e uma solução coordenada, e não deve ser interferido por fatores políticos. Politização de rastreio da origem nem ajudará os países a combater a pandemia juntos, só criará divisões.
Acreditamos que o rastreio da origem da Covid-19 é uma questão científica, e somente eliminando a interferência política e a manipulação política poderemos dar as devidas contribuições à causa comum da luta global contra a pandemia da Covid-19.