Sara Tavares: Praia sentiu “Xinti”

PorIlda Fortes,26 nov 2011 23:00


Emocionante, enérgico, e intenso, foram alguns dos adjectivos utilizados pelo público para descrever o concerto na Cidade da Praia. Os bilhetes esgotaram e Sara Tavares e banda contagiaram tudo e todos com um "bom feeling" que pôs a Assembleia Nacional a dançar, a cantar e a aplaudir. No final, a artista disse que estava com o "coração cheio" e com um sentimento de dever cumprido.

Após uma interrupção "forçada", por motivos de doença, Sara Tavares regressou aos palcos crioulos, depois de passar pelo Brasil, Angola e Portugal, a convite da 3B Produções', para promover o álbum "Xinti", lançado em 2009. Para além das canções de "Xinti", Sara recordou temas dos discos anteriores.

"Foi um noite super sabi, rei di sabi", afirmou Sara Tavares no final do concerto. O evento começou pouco depois das 21h30. Durante quase duas horas, as incomparáveis e contagiantes composições da artista fizeram as delícias dos fãs, que aplaudiam a cada acorde.

A abertura do concerto esteve a cargo dos jovens talentos Alberto Koenig e Eunice Vieira. Só depois, Sara Tavares subiu ao palco, acompanhada pela sua banda, composta por Miroca Paris (percussão), Luís Caracol (guitarra e cavaquinho), Gogui Embaló (baixo) e Ivo Costa (bateria).

O grupo não defraudou as expectativas. Ouviram-se sonoridades diversas, misturas que caracterizam os trabalhos da artista. E improviso, muito improviso. Aliás, Sara confessou que não fez nenhum alinhamento para o concerto, justificando que quis dar um concerto "único".

A fórmula teve sucesso, e a meio do concerto, todos estavam de pé e a dançar, contagiados com os ritmos e a energia da cantora. "Este é o único país onde se pode dançar na Assembleia Nacional", brincou Sara.

De facto, foi uma noite memorável e que deixou todos de "coração cheio", inclusive a organização, que fez um balanço positivo do concerto.

"Xinti" versus "Balancé"

Quando foi lançado, em 2009, o álbum "Xinti" recebeu algumas críticas por parte do público. Muitos consideraram-no menos "forte", em termos de sonoridade, em comparação com o Balancé.

Sara Tavares explicou que o "Xinti" é uma provocação, já que considera que hoje em dia explica-se muito a música, uma tarefa difícil para os músicos. "O nosso melhor é fazer música, não é explicá-la", afirma a artista, comentando que o "Xinti", ao contrário do "Balancé", foi produzido num momento em que não queria ter de explicar a sua música ou as suas origens. "Não queria ter de explicar o disco. Queria que as pessoas o sentissem", contou, reiterando que usou as mesmas fórmulas musicais e até alguns dos mesmos músicos que no Balancé.

Ainda sobre as comparações entre os dois álbuns, a artista explicou que foram produzidos em momentos diferentes, o que a deixou satisfeita. "O Xinti é mais etéreo. Não leva a pensar, leva a sentir estados de alma, o que implicou uma sonoridade mais delicada que o Balancé, que estava mais associado à afirmação da minha identidade e a algumas críticas sociais. Mas fiquei feliz por conseguir fazer algo diferente e mostrar que não é só festa. Posso fazer música para ouvir e sentir", comentou.

Aliás, seja com sonoridades fortes ou mais delicadas, Sara Tavares habituou o público com composições capazes de despertar sentimentos e estados de espírito intensos, seja pelas letras, seja pelas melodias. Questionada se, quando está a compor, sente essa responsabilidade, a artista frisou que não é algo que se possa planear, mas assegura que há uma intenção. "Não vejo isso como uma obrigação, mas mais como uma missão. Mas tenho a preocupação de que seja comida para a alma", explica.

Sobre um novo trabalho nos próximos tempos, Sara Tavares contou que "é impossível não ter novas ideias", mas que essas só serão partilhadas e editadas em disco, quando "a caixa das canções estiver cheia". Os fãs agradecem, e vão esperando, sentindo. 

 

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Autoria:Ilda Fortes,26 nov 2011 23:00

Editado porExpresso das Ilhas  em  26 nov 2011 23:00

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