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Género musical é património nacional. O país vai apresentar à UNESCO candidatura à categoria de Património Imaterial da Humanidade.
"A intenção de candidatura da morna ao título de património imaterial da Humanidade foi oficializada domingo, no Centro Cultural do Mindelo, durante o anúncio público da morna como património Nacional.
Moacyr Rodrigues (ver página 33), investigador, considera que a candidatura coloca "fi-nalmente a morna no patamar onde merece estar".
"A morna é uma música bastante antiga e faz parte da nossa idiossincrasia e além disso contribui para consciencialização do homem cabo-verdiano, portanto depois de Cesária Évora era de bom-tom que se pegasse na morna para se fazer dela Património Imaterial da Humanidade porque a morna leva Cabo Verde aonde os políticos não a levam", sublinha o académico.
Segundo o presidente de Instituto de Investigação e Património Cultural (IIPC), Humberto Lima, a elevação da morna a património nacional chega dentro de tempo, por-que o país já possui maturidade suficiente para preparar uma candidatura a submeter à UNESCO.
"A atribuição da morna como património nacional chega no momento certo, porque o mais importante não é declarar, mas sim sentir a morna como parte do cabo-verdiano. Esta candidatura é uma forma de salvaguardar a morna e através dela conseguiremos angariar parceiros e fundos para investir na sua preservação", explica o presidente do IIPC.
O ministro da Cultura, Mário Lúcio, que esteve presente na cerimónia que decorreu no Centro Cultural do Mindelo, assegura que é chegada a altura de cada um cumprir a sua parte para que a UNESCO reconheça a morna como património Imaterial da Humanidade.
"Estamos neste momento a cumprir o desígnio das gerações, a receber, cuidar e trans-mitir. A nação já fez a sua parte desde Eugénio Tavares, B. Leza, Manuel d' Novas e Cesária Évora. O governo começou a sua parte ao classificar no dia 13 de Dezembro a morna como Património Cultural Nacional".
"A morna já nos
ultrapassou"
Agora cabe aos historiadores e investigadores a tarefa de fazer com que a UNESCO reconheça que a morna que começou sendo nossa, também nos ultrapassou" pediu Mário Lúcio.
O ministro da Cultura diz acreditar que a energia da morna ultrapassa os limites do planeta Terra e declarou a ilha de Santa Luzia como a sede da morna: "para não haver reivindicações e que todos possam se sentir filhos da morna".
Para o primeiro-ministro, a morna precisa apenas da certificação oficial atribuindo "a sua verdadeira dimensão mundial".
"Vamos trabalhar todos juntos para que a morna seja confirmada pela UNESCO como património imaterial da humanidade", declarou José Maria Neves no Mindelo.
Em representação da comissão científica, Vasco Martins afirmou que o grupo assume o compromisso e o trabalho que tem pela frente com esforço e vontade de vencer.
"Não tenho dúvidas de que saberemos levar a bom termo esse trabalho e sensibilizar a UNESCO através de termos científicos, poéticos, históricas e em formatos áudio para legitimar a morna como património mundial da humanidade", assegurou Vasco Martins.
Seguindo a mesma linha de pensamento, Humberto Bettencourt, representante da comissão de honra, acredita que a elevação da morna a Património Imaterial da Hu-manidade será a concretização de um passo gigante num caminho que vem sendo traçado ao longo dos tempos.
O governo de Cabo Verde aprovou no dia 13 de Dezembro uma resolução que classifica o género musical morna como Património Histórico e Cultural Nacional, naquele que pode ser um primeiro passo para a classificação pela UNESCO enquanto Património Imaterial da Humanidade.
Lourdes Fortes
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