A iniciativa de reunir as partituras, letras e cifras para violão, criadas pelo autor de “Hora de Bai”, é de Jo di Bango, músico e coordenador da Casa da Música da Universidade de Cabo Verde, onde orienta performance musical no âmbito do Curso de Estudos Superiores Profissionalizante (CESP) e ainda um curso de musicalização infantil com 50 alunos.
Di Bango diz que a ideia para o livro surgiu da constatação da falta de material editado que servisse às disciplinas que lecciona no âmbito do curso. Agora, o material reunido já permitiu a edição de mais dois volumes que futuramente serão também publicados.
Para já, no prelo, já está quase pronto o primeiro volume, que traz prefácio de Henrique “Djick” Oliveira, ele que será também o apresentador da obra.
Para “Caderno de Mornas” foram analisadas mais de 170 gravações de músicas de Eugénio Tavares, ouviram cantadeiras como a bravense Sãozinha Fonseca - uma das mais fiéis intérpretes das mornas de Tavares - compararam e corrigiram letras. Tudo para se chegar a versões o mais fidedignas possíveis das criadas pelo saudoso jornalista bravense.
Isso porque, ao longo dos anos, foram surgindo diferentes versões e adaptações, conforme a variante do crioulo de cada ilha. As letras que acabaram por usar foram colhidas num livro datado do 1930.
Jo di Bango é natural da Brava e desde os 14 anos dedica-se a tocar morna. Cultor do violão criou, em Santa Catarina de Santiago, o festival FestiGuitarra como forma de promover este instrumento e a música tradicional.