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Um ano de ALAIM, 12 horas de programação non-stop. A academia artística do Mindelo esteve em festa e abriu as portas para comemorar com a cidade.
A Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo (ALAIM) assinalou este fim-de-semana o seu primeiro aniversário, com uma programação especial, que se prolongou por mais de doze horas, divididas entre anúncios, inaugurações e, claro, muitos espectáculos.
A cultura e as artes nas suas mais variadas expressões tiveram à solta, num local que, em apenas 366 dias (2016 foi ano bissexto) foi capaz de se afirmar como a principal incubadora artística da ilha de São Vicente.
A Over12, assim se chamou a programação especial de aniversário, serviu também para mostrar ao grande-público aquilo que a ALAIM tem andado a fazer. Muita coisa, por sinal.
Neste momento, a academia funciona a 60 por cento do seu potencial, com 7 professores e cerca de 108 alunos, nas diversas áreas, do teatro à música, passando pela dança, entre outras formas de expressão artística.
Ciente das dificuldades e dos desafios, a coordenadora da ALAIM faz um balanço positivo do primeiro ano de funcionamento. Janaína Alves afirma que foi um ano em que todos os dias foram intensos, tanto com a realização de actividades próprias, como através da integração do espaço e das suas valências na agenda cultural da cidade.
“Todas essas actividades, durante todo o ano, têm sido um grande sucesso e a sociedade mindelense tem abraçado de forma muito carinhosa. Este ano de ALAIM tem sido incrível”, avalia.
Empenhada em triplicar o número de alunos e alargar consideravelmente a oferta educativa, Janaina Alves espera, até Março, conseguir abrir novas oficinas, na área audiovisual e de artes plásticas.
Ao longo das doze horas de programação, foram várias as centenas de espectadores que passaram pelo armazém, feito escola artística, cedido pela IMPAR, em 2015, e que vai continuar a acolher a academia, enquanto for possível.
“Fazer parte deste processo, acompanhar e ver que, efectivamente, o trabalho está a dar frutos, é uma satisfação institucional e pessoal”, comenta Luís Vasconcelos, administrador da IMPAR.
“Ainda durante muitos anos este espaço estará aqui, como barriga de aluguer para tudo o que seja a arte no Mindelo e em Cabo Verde, no geral”, acrescenta.
Presidente da República e Ministro da Cultura não faltaram à chamada. Discreto, o Chefe de Estado fez uma breve aparição, apenas para assistir a um dos espectáculos. Já Abraão Vicente aproveitou a oportunidade para apresentar oficialmente o mais recente programa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, a Bolsa de Acesso à Cultura (ver texto).
O governante considera que a ALAIM tem dado um contributo “essencial” a nível cultural em Cabo Verde. Segundo Abraão Vicente, a Bolsa de Acesso à Cultura foi lançada, justamente, para que surjam mais “alaims” por todo o país.
“A ALAIM surge de uma vontade popular e de uma extrema capacidade de organização e queremos que, com a Bolsa de Acesso à Cultura, outras escolas, noutras ilhas, ofereçam à camada jovem a possibilidade de, através da arte, educarem e melhorarem os seus perfis”, explica, realçando que o Governo quer que em Cabo Verde surjam mais espaços onde o ensino artístico é o prato forte.
Sobre a bolsa, Janaina Alves considera “que vai ser um projecto muito incrível”.
Inaugurada a 22 de Janeiro de 2016, a Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo procurar afirmar-se como um espaço onde o ensino das artes é realizado de forma integrada. Idealizada por João Branco com a colaboração de muitos outros artistas, empresas, parceiros institucionais e cidadãos anónimos a ALAIM surgiu da necessidade de dotar a ilha de São Vicente de um espaço próprio não só para o ensino artístico, mas também para ensaios.
Sem olhar a idades, a ALAIM oferece oportunidades de desenvolvimento artístico em diferentes áreas, de forma colaborativa e inter-disciplinar.
8
Oficinas permanentes
1700
Horas de formação ministradas
durante o primeiro aniversário
140
Espectáculos apresentados
durante o último ano
15 mil
Número aproximado de espectadores
Texto originalmente publicado na edição impressa do nº 791 de 25 de Janeiro de 2016.
