Festival de Literatura-Mundo propõe dar mais poesia à música

PorNuno Andrade Ferreira,7 jul 2017 14:00

Percorrer o caminho que junta música e poesia é uma das propostas do segundo dia do Festival de Literatura-Mundo do Sal (FLMS). José Luís Peixoto e Filinto Elísio juntaram-se a cerca de uma dúzia de participantes, numa oficina promovida na Escola de Artes Tututa, em Espargos.

Percorrer o caminho que junta música e poesia é uma das propostas do segundo dia do Festival de Literatura-Mundo do Sal (FLMS). José Luís Peixoto e Filinto Elísio juntaram-se a cerca de uma dúzia de participantes, numa oficina promovida na Escola de Artes Tututa, em Espargos.

 

Reunir músicos e escritores. Para Filinto Elísio, nada mais certo, num país como Cabo Verde.

“Se há país onde faz sentido falar de poesia e música, letra para música, é Cabo Verde. O nosso patrono da cultura, Eugénio Tavares, é, de facto, dos maiores poetas cabo-verdianos, mas também o grande texto do Eugénio é o texto musical para a morna”, recordou.

A atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan, em 2016, recuperou uma discussão antiga sobre a poesia que cabe na letra de uma música. O poeta cabo-verdiano não põe em causa a relação e defende a importância de manter próximas palavras e melodias.

“Eu acredito que a escola de música deve incorporar no seu currículo, de facto, um desenvolvimento do conhecimento poético, para que o elemento letra seja, de facto, cuidado. Cabo Verde é conhecido como um país de música, mas o país da música tem que ir à escola”, sugeriu.

Habituado a escrever letras para canções, José Luís Peixoto apresentou algumas noções do seu método criativo, sem deixar de relativizar a experiência.

“Esta questão da escrita de letras para canções, obviamente que não é física, biologia, química. O conhecimento que podemos transmitir é altamente subjectivo e, como sempre acontece na arte, também é muito arriscado fazer afirmações absolutas”, disse.

 

 

A tarde do FLMS começa, às 14:30, com uma conversa sobre “as literaturas fora dos cânones”. Sentados à mesma mesa, Erick M. B. Becker, Inocência Mata, Jerónimo Pizarro, Joaquim Arena, Patrícia Infante da Câmara e Sérgio Rodrigues.

Mais tarde, às 16:45, há espaço para uma tertúlia sobre “Cabo Verde e Literatura-Mundo”, com a participação uma dezena de nomes cimeiros das artes cabo-verdianas. Ao cair da noite, às 18:30, tem lugar o lançamento do livro “Polaroides de distintos naufrágios”, de José Luiz Tavares. Às 20:00, o Cine ASA recebe um ensaio aberto da peça “Estrangeiras”, encenada por João Branco, com texto de José Luís Peixoto.

 

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Nuno Andrade Ferreira,7 jul 2017 14:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 jul 2017 13:18

pub.

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.