O actor norte-americano Harry Dean Stanton, que desempenhou papéis em filmes como Paris, Texas, O Padrinho: Parte II, Repo Man ou na série Twin Peaks, morreu esta sexta-feira aos 91 anos. A informação foi avançada pelo agente do actor, dá conta a Reuters.
John Kelly, agente de Stanton, referiu em comunicado que o actor morreu de forma pacífica num hospital de Los Angeles.
O realizador David Lynch reagiu já à morte do actor sublinhando a grandeza de Stanton. “O grande Harry Dean Stanton deixou-nos”, escreveu Lynch, citado pela Variety. “Não há ninguém como Harry Dean. Toda a gente o adorava. E com razões para isso. Ele foi um grande actor (na verdade, para lá de grande) – e um grande ser humano”.
Filho de um agricultor, Stanton nasceu em 1926 numa zona rural do estado do Kentucky. Serviu como cozinheiro da Marinha norte-americana durante o conflito do Pacífico na Segunda Guerra Mundial, e, depois de regressado, estudou jornalismo mas não terminou o curso, como refere o Público. Queria ser escritor e músico mas acabou por seguir pelo caminho da representação, onde, iniciando o seu caminho com alguns papéis secundários, foi ganhando destaque até que passou a ser um dos favoritos de alguns dos mais notáveis realizadores de Hollywood.
Com uma carreira de 60 anos, Harry Dean Stanton conta com 236 créditos referenciados em filmes ou séries de televisão, tendo trabalhado com realizadores como Ridley Scott (Alien), John Carpenter (Fuga de Nova Iorque, Christine), Francis Ford Coppola (Do Fundo do Coração), Wim Wenders (Paris, Texas), Martin Scorsese (A Última Tentação de Cristo) ou David Lynch (Um Coração Selvagem, Uma História Simples).
Para além da carreira no pequeno e grande ecrã, Harry Dean Stanton enveredou também pela música liderando uma banda onde era vocalista e guitarrista.
Conhecido pelo seu aspecto magro e desmazelado, Stanton nunca foi casado apesar de ter chegado a afirmar que tinha “um ou dois filhos”, refere a mesma revista. Sobre a sua posição na indústria cinematográfica, desvalorizava o percurso alcançado: "No final, acaba-se por aceitar tudo na vida - sofrimento, horror, amor, perda, ódio - tudo isso. É tudo um filme, de qualquer forma", afirmou ao Observer em 2013.