Depois de dois shows na ilha de Santiago, uma na cidade da Praia e outra na Cidade Velha, no passado mês de Novembro, os dois mestres do violão vão estar este sábado, 23, às 21 horas, no Centro Cultural do Mindelo para apresentar o novo disco.
O disco “Violão do Atlântico” que foi apresentado para a imprensa cabo-verdiana na cidade do Mindelo, no passado mês de Novembro, é o resultado de investigação e pesquisa dando como fruto “um diálogo” instrumental de dois mestres da música cabo-verdiana.
Para Bau, o disco é um “retrato” da preocupação que a dupla mantém com o trabalho de pesquisa a nível instrumental, vertente solo de violão, para “marcar a história da música” de Cabo Verde.
Já Voginha, considera a obra resultado de uma “viagem” pelo “rico acervo musical” e pela vida de “muitas pessoas” que hoje são “estrelas cintilantes” e “nomes sonantes” da cultura musical das ilhas.
O CD é organizado por 14 temas de composições inéditas e interpretadas por exímios da música cabo-verdiana.
Este trabalho discográfico reune mornas, coladeiras e outras vertentes do vasto panorama musical das ilhas do Atlântico, tocadas com instrumentos genuinamente acústicos. “Violão do Atlântico” assume-se como uma obra discográfica de valorização e preservação da identidade cultural cabo-verdiana.
Segundo os músicos, esse disco surge depois dos sucessos “Relembrando os Mestres” (2007) e “Anthologia Acústica” (2015).
Esse disco que é produzido pela Boa Música Lda. conta com composições de alguns músicos cabo-verdianos como Luís Rendall, considerado o “pai do violão cabo-verdiano”, Chico Serra, José Júlio, Carlos Silva, Fausto Medina, Carlos Alberto Martins (Catchás), Tazinho e Eugénio Tavares, para além de três temas do próprio Voginha.
Neste registo, o público pode apreciar temas como “7M”, “Calhau”, “Tanha”, “Dr. Albertino”, “Gusmão”, “Lajedo”, “Visita”, “Melodia Nº 2”, “Solo Rendall In G”, “Prelúdio Pa Djavan” e “Mal de Amor”.
Esses dois vultos da nossa música já nos habituaram com as melodias de embalar a alma e o espírito. Inspirados no saber secular de grandes mestres da nossa ambiência musical, voltam a brindar-nos com nova sonoridade que deverá fazer parte rigorosamente da nossa discografia de casa, da família e ou uma prenda de lembrança para amigos.
Este trabalho discográfico é também uma autêntica relíquia para ocasiões especiais, época festiva, aniversário ou simplesmente para fazer a diferença.
Depois da cidade do Mindelo, pretendem fazer espectáculos nas ilhas do Sal, Boa Vista, Maio, Fogo e Santiago.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 838 de 20 de Dezembro de 2017.