Primeiro filme de terror cabo-verdiano pode não estrear

PorChissana Magalhães,19 jan 2018 16:15

Akampamentu, o primeiro filme de terror produzido em Cabo Verde está pronto mas poderá não vir a ser exibido devido a desentendimentos entre os seus criadores.

Está finalizado o primeiro filme de terror produzido por uma equipa nacional, filmado na cidade da Praia em 2016. O cartaz de Akampamentu, acompanhado do slogan “ O terror vai chegar a Cabo Verde” foi divulgado no passado dia 11, através das redes sociais.

Ao que apurou o Expresso das Ilhas, a história gira à volta de um grupo de jovens que vai acampar fora da cidade e, de repente, os rapazes começam a ser mortos por um espírito maligno.

Contactado pelo Expresso das Ilhas, Belomy Xavier, da produtora audiovisual Prisma Vídeos, realizador do filme, conta que a ideia partiu de Che Gonçalves, actor com experiência em cinema, teatro e televisão. Estiveram envolvidos 15 actores e uma equipa de 5 técnicos.

“O Che Gonçalves é que teve a ideia para o filme, escreveu o guião e veio ter comigo a pedir-me que o ajudasse a produzir o filme. Aceitei e pus a minha equipa a trabalhar no projecto.”

O produtor, que dirigiu as filmagens, terá inclusive conseguido um apoio financeiro no valor de 200 mil escudos para fazer face a algumas das despesas do projecto. O desentendimento entre o argumentista e actor e o realizador/produtor terá começado depois de concluídas as filmagens, que decorreram entre a Cidade da Praia e São Francisco e tiveram duração de pouco mais de um mês

“As coisas começaram a ficar estranhas. De repente, ele já não queria que eu editasse o filme. Pediu-me que lhe desse todo o material bruto, as imagens. Acho que queria dar a outra pessoa para editar”, revela Belomy Xavier que admite que Gonçalves queria acompanhar de perto todos os passos da edição e montagem do filme, ao que ele não acedeu.

“Disse-lhe que podia sim ir ao nosso espaço acompanhar os trabalhos de edição e montagem mas,não estar lá permanentemente e querer seguir cada minuto do processo. Eu tenho muitos projectos em simultâneo e várias vezes o tempo que eu tinha para trabalhar na edição do filme era às 2 horas da madrugada”, justifica.

Cartaz de Akampamentu
Cartaz de Akampamentu

O certo é que, a partir daí, a relação entre os dois se terá deteriorado e, segundo Xavier, não obstante as suas várias tentativas de convencer o autor da história a porem um fim ao diferendo e avançar para a promoção e estreia do filme, este encontra-se irredutível.

Contactámos Che Gonçalves para ouvir a sua versão dos acontecimentos mas este diz que não quer falar sobre o assunto. Apenas informa: “eles todos sabem que eu não autorizei nada sobre o filme”.

Belomy Xavier, que não contesta a parcela que cabe ao argumentista na autoria do filme – inclusive no cartaz que concebeu o nome de Che Gonçalves surge isolado como autor de “Akampamentu” – diz que vai continuar a tentar sair desse impasse e se preciso procurar aconselhamento jurídico.

“Não quero fazer nada precipitado mas,vou fazer de tudo para o filme ser exibido. O filme está muito bom, todos os que participaram e já viram estão muito satisfeitos, só o Che é que, inexplicavelmente, está a dificultar”, lamenta.

Um impasse que, em parte, resulta do facto de nada ter sido formalmente definido entre as partes. Nenhum acordo assinado sobre a intervenção que cada um teria na produção do filme (o director’s cut, por exemplo), sobre os direitos autorais ou a distribuição e eventual comercialização do mesmo. 

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Chissana Magalhães,19 jan 2018 16:15

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  19 jan 2018 16:15

pub.

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.