Esta exposição enquadrada nos 160 anos da cidade da Praia é formada por 30 fotografias que mostram a vivência dos bissau-guineenses.
Segundo Paulo Cabral, esta exposição é o resultado de uma viagem pela cultura, hábitos e costumes da Guiné-Bissau. “Esta exposição é um olhar de um fotojornalista, de uma Guiné-Bissau urbana e rural, que não escolhe os sítios para fotografar, guiado pelo acaso”.
Conforme o realizador, o objectivo desta exposição é mostrar um pouco da Guiné-Bissau que, muitas vezes, é notícia pelas piores razões. “Acho que consegui desvendar nesta exposição os hábitos e costumes desse povo”.
“Em 2008 e 2010 tive o prazer de viajar e conhecer um pouco desse país e fiquei surpreendido. E é esta surpresa que quero partilhar nesta mostra fotográfica”, explicou.
As fotografias foram feitas durante a participação do artista num workshop de formação para realizadores africanos, o Africadoc. “São recolhas feitas de Norte a Sul da Guiné, inclusive em algumas ilhas como Bubaque e Rubane que ficam dentro da área protegida da Guiné-Bissau, umas das reservas mais importantes da África”.
Com esta exposição, Paulo Cabral quer mostrar aos cabo-verdianos um outro olhar sobre a Guiné-Bissau.
“Aquela imagem que tinha da Guiné-Bissau transformou-se em amor e hoje em dia sou apaixonado por aquele país”, frisou.
Paulo Cabral conta que a exposição levou dez anos para se concretizar. “O meu projecto era trazer essa exposição para a Praia, São Vicente e Guiné-Bissau. Depois de cá quero levar essa exposição à Guiné-Bissau, porque no fundo quero devolver aos guineenses esses trabalhos”.
A exposição, que foi inaugurada esta segunda-feira, pode ser visitada até sexta-feira, 2 de Fevereiro. Paulo Cabral nasceu em Angola, filho de pais cabo-verdianos. É realizador de alguns documentários como “Cova da Moura”, “O Candidato”, e “Deportado”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 844 de 31 de Janeiro de 2018.