Recomendação para ouvir: Deixa eu pintar o meu nariz…pedem “Los Hermanos”

PorPaulo lobo Linhares,25 fev 2018 13:41

​Estudantes universitários, dois apaixonados pela música, depois de conversas e alguns planos, desenham as bases do que mais tarde viria a ser um dos mais interessantes grupos de música alternativa do Brasil…e não só.

Ao grupo juntam-se mais dois elementos-base, e aos poucos começa tudo a bater, e as maquetes que então gravaram, no bom estilo de estudante universitário à procura de outros palcos, passam a disco, por convite de uma conceituada editora. Por entre festivais musicais, há uma música que se torna o hino da juventude de então. Falamos do tema “Ana Júlia”, que conquistou massas. A mistura entre o Rock, o Ska, o Samba e até um certo cheirinho de Swing fazia a massa musical dos cariocas “Los Hermanos”. E, como dizem os brasileiros, “tudo foi rolando”. Na verdade “Los Hermanos” eram muito mais do que “Maria Júlia” que conquistou milhares de jovens.

É então o momento de fazer referência a dois dos maiores autores, ou cantautores se assim o preferirmos, da nova geração brasileira – Marcelo Camelo e Rodrigo Marante.

As letras dos dois nomes acima referidos, com o passar dos anos, tornam-se cada vez mais elaboradas e de uma sensibilidade e capacidade de análise e descrição (sobretudo dos sentimentos) considerável.

As instrumentações, onde misturam guitarras alternativas com sonoridades dos teclados, na sua maioria, vindas dos famosos “nord stage” (e até das melódicas) de Bruno Medina, são ritmadas pela figura carismática de Rodrigo Barbas, o batera dos “Hermanos”.

E neste contexto, de preciosas letras e especial instrumentação, nasce em 2001 o grande álbum do grupo – “ Bloco do Eu Sozinho”. Distante da alegria do primeiro, os temas e letras trazem uma toada mais melancólica e de letras bem mais profundas. Temas como “ A Flor”, “Retrato pra Iaiá” e sobretudo a enorme letra do tema “Sentimental”.

Assim, fomos buscar na nossa “vitrola” o tema “Todo Carnaval Tem Seu Fim“ deste disco para continuarmos a temática do Carnaval. Como passamos nas últimas 4 semanas música brasileira ou de Carnaval: o Soul de Di Melo, o Samba de Cartola, as remixes sambadas de Cesária Évora…fechamos agora de forma mais “sentimental e irónico-carnavalesca”. Finalizo com a letra do tema:

“Todo dia um ninguém José acorda já deitado| Todo dia ainda de pé o Zé dorme acordado| Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia| Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado| De que o dia insiste em nascer| Mas o dia insiste em nascer |Pra ver deitar o novo| Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada |Toda Bossa é nova e você não liga se é usada| Todo o Carnaval tem seu fim| Todo o Carnaval tem seu fim…Deixa eu brincar de ser feliz…Deixa eu pintar o meu nariz”

…todo o Carnaval tem seu fim…

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 847 de 21 de Fevereiro de 2018.

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Hermanos

Autoria:Paulo lobo Linhares,25 fev 2018 13:41

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  25 fev 2018 13:41

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