A data já está marcada, o programa definido e a figura a ser homenageada escolhida. O Grito Rock Praia 2018 tem este ano uma semana a menos do calendário, acontece de 27 de Março a 3 de Abril e terá vários palcos, sendo o já tradicional na pracinha da Escola Grande (Praça António Lereno) reservado ao espectáculo principal, com as bandas convidadas.
E indo já ao programa, o evento abre este ano com uma homenagem às mulheres, sendo que no dia 27 celebra-se do Dia da Mulher Cabo-verdiana. Mas não se pense que haverá bandas femininas de rock em palco. Haverá sim uma peça de teatro. Um musical com direcção artística de Vera Cruz e direcção musical de Ivan Medina e que vai trazer a “história feminina” desde a escravatura aos tempos actuais. Participam nas performances vozes femininas jovens e veteranas, entre as quais Nilde Mulongo, Zubikila Spencer, Silvia Medina, Ella Barbosa, Teresa Araújo, Vera Figueiredo, entre outras.
O segundo dia do programa, 28 de Março, é dedicado ao Mini Grito. Este ano, a extensão infantil do evento desloca-se a uma escola, numa parceria de cariz social. O show de rock para crianças acontece na escola SOS-Fazenda com ingressos a preço simbólico e cuja venda irá reverter para a criação de uma biblioteca naquela escola da capital.
Depois do interregno, a programação é retomada a 31 de Março com o festival internacional. O cartaz deste ano traz bandas de Espanha, Portugal, Alemanha, Equador, para além de Cabo Verde.
A representar Cabo Verde - para além do homenageado que sobe ao palco acompanhado de alguns companheiros dos Bulimundo, numa formação denominada Rock D’Ilha - estarão as bandas Najam, Djam Neguin & Banda e, do Tarrafal, Mentis Kriolo, presença habitual nas edições do Grito realizadas naquele município de Santiago.
A banda Primitive, que tradicionalmente assume-se como anfitrião do festival, este ano, pela primeira vez, não sobe ao palco. “Primitive não participa este ano para darmos espaço a outras bandas que ainda não tiveram a oportunidade”, explicou César Freitas, o líder da banda e um dos fundadores e organizadores do Grito Rock. Haverá, sim, durante o festival, o lançamento do novo videoclip do agrupamento rock, intitulado “Paranóia”.
A nível internacional, actuam as bandas Barry White Gone Wrong e Sebenta (Portugal), Charlie and The Damn Good Band e Ajeeb (Espanha), Black shoes (Alemanha) e Afro Poncho (Equador).
As homenagens a pessoas que se desatacaram no panorama artístico e musical, pelo contributo que deram e têm dado, tornaram-se desde 2016 imprescindíveis para a organização Grito Rock, tendo já sido distinguidos Sana Pepers e Djick Oliveira. Osvaldo Lima (Nené), saxofonista da mítica banda Bulimundo, é a figura escolhida este ano.
“Activista e promotor da música alternativa que se faz em Cabo Verde, Nené foi também guitarrista e solista, com desempenho no blues e no jazz, sobretudo nos anos 70 e 80”. Explicou esta manhã em conferência de imprensa Ricardo Teixeira, da ArtiKUL CJ, a produtora do evento .
Nos dias 02 e 03, o programa fica reservado aos workshops. O primeiro é orientado pela banda espanhola Charlie & the Damn Good Band e será sobre instrumentos musicais. O seguinte tem como tema a produção cultural, com base em ferramentas audiovisuais em redes sociais e é ministrada pelos elementos da banda equatoriana.
Estas oficinas acontecem em parceria com a Cooperação Espanhola e Câmara Municipal da Ribeira Grande, já que serão realizadas na Cidade Velha, que recebe uma visita de todos os convidados internacionais.
O Grito Rock é um evento internacional que já vai na sua 12ª edição a nível mundial. Mais de 400 cidades, em mais de 40 países acolhem esta iniciativa que se constitui numa rede artística colaborativa. Cabo Verde foi o país que fez entrar África na rota do festival.