A noite começou com a Sara Tavares, que depois de alguns anos de ausência regressou com o novo álbum “Fitxadu”.
Esta é a segunda vez que Sara Tavares pisou o palco do KJF. A cantora fez uma viagem pelos temas do disco “Fitxadu”, onde não faltou “Coisas Bonitas” e “Brincar de Casamento”. A cantora e compositora luso-cabo-verdiana não queria deixar os amigos de fora, por isso partilhou o palco com o jovem cantor Hilário Silva, Remna Schwarz, Ndú Carlos e Princezito.
O espectáculo abençoado com um chuvisco muito agradável. No final do concerto, Sara Tavares disse que está muito feliz por regressar ao palco do Kriol Jazz. “É uma felicidade voltar a Cabo Verde, tenho laço forte com a cidade da Praia. Tenho muitos amigos aqui, é sempre uma oportunidade para estar, não só com os meus fãs e com o público mas também estar com os amigos”.
O álbum “Fitxadu”, conforme disse foi inspirado em Cabo Verde. “O crioulo que uso neste disco é muito Badiu, reflete mais a minha vivência aqui com o grupo Raiz di Polon e outras pessoas da cultura”.
Depois da Sara Tavares, seguiu outra voz feminina muito arrepiante que é a Ayo, cantora alemã de ascendência nigeriana e romena.
Ayo chegou e conquistou o público, com a sua voz, simplicidade e alegria. Logo ao subir ao palco, Ayo foi aplaudida e quando abriu a boca para cantar, o público começou a embalar nas suas canções cheias de muita emoção.
A cantora que pela primeira vez pisa esse arquipélago, disse gostar da nossa gente, pois não estava a espera de tanta moldura humana que a aguardava.
Kriol Band, formado por músicos como Jacob Desvarieux e Thierry Fanfant (Guadalupe), Jowee Omicil (Haiti), Boy G. Mendes e Hernani Almeida (Cabo Verde) e Mário Canonge (Martinica) e Yassy Garcia (Cuba), deliciaram o público com os sons de world music e temas do grupo Kassav, que caiu no agrado de todos os presentes.
Este espectáculo do Kriol Band, conforme o músico Boy G. Mendes foi muito bom, e por outro lado, disse que esta é a sua nova experiência que vai continuar, pois pensam levar esse projecto para outros palcos.
A noite foi encerrada com muita dança, dos ritmos quentes da Nigéria. Bantu subiu ao palco com o público já cansado, mas mesmo assim fizeram a festa, chamaram as pessoas para se juntar a eles no palco.
O espectáculo terminou em festa. Para o ano há mais.
Kriol Jazz Festival terá outro espaço
A organização já está a pensar num novo espaço para o espectáculo. A pracinha da Escola Grande ficou pequena para receber esse evento. “Acredito que para o ano teremos que procurar outra solução, mas tentaremos encontrar uma boa solução para nós, para os artistas e para o público”, explica Jaqueline Sena Silva, da Harmonia.
Para a Jaqueline, o balanço desta edição é muito positivo, e que durante esses dois dias estiveram no palco bons nomes da música. “Fizemos um esforço enorme ao longo dessas 10 edições, melhorando o nosso trabalho, a qualidade artística que convidamos e acredito que conseguimos chegar a um patamar muito elevado”.
Em relação aos números, a organização avança que estiveram no recinto do espectáculo cerca de 2100 pessoas nas duas noites. “Os bilhetes do primeiro dia esgotou duas semanas antes do evento, e o segundo dia também esgotou”.
Levar o Kriol Jazz para outras cidades é o sonho da organização. “Todos os anos tentamos falar com outras câmaras municipais do país desse projecto, porque gostaríamos de levá-lo a todas as ilhas e acreditamos que um dia vamos conseguir”, ambicionou.