Apetece ouvir música, muita música… Os dias são de sol, com a praia ao fundo, as esplanadas que nos convidam e, entre os que cá estão, e os que chegam… respira-se férias.
Depois da Bossa Nova, viramo-nos para o final dos anos 90, quando o cenário da dança era dominado pelo que então era designado como as “Novas Tendências” da dança. A música electrónica, deixou de ter os acelerados comportamentos das pistas, e passou a fazer parte da música mais calma.
Surgem então uma nova classe de heróis musicais, que não só faziam a sua própria música – aparecem os famosos colectivos de Djs, como também, participavam como um elemento novo das bandas (…se bem que neste campo já tinha havido a intervenção dos Djs nas formações de hip-hop).
Massive Atack, Trikie ou Portishead foram talvez os nomes que marcaram o início deste movimento. No panorama dos colectivos de Djs apareciam os nomes de Thievery Corporation ou Kruder & Dorfmeister. A música de dança sofria uma revolução.
Rob Garza e Eric Hilton, são os Djs do colectivo dos Thevery Corporation.
Não só faziam temas da música electrónica, como também direccionavam o trabalho para a selecção e mistura com sequência de temas que seleccionavam. Atrás, um profundo trabalho de pesquisa e técnicas apuradas do Djing. São criadores de atmosferas musicais, envolventes …
Ano de 1995. É lançada no mercado pela Label K7, a compilação Dj: Kicks. A selecção de Garza e Hilton passava por grupos como os Da Lata ou os Rockers Hi-Fi e traziam como paragens musicais os ambientes etnos da música indiana, africana e do Reggae, o jazzy, e a Bossa Nova, que colam preciosamente, dando origem a um único quadro musical. O disco Dj Kicks, marcou e é audição obrigatória para qualquer Dj.
Imaginando todas estas componentes musicais, embrulhados pela electrónica, fácil será imaginar o produto final.
Para consumir ao sol, nos finais de tarde, nas noites mais calmas…sempre com muito gelo.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 871 de 07 de Agosto de 2018.