Rapaz 100 Juiz: “Estamos no nosso auge”

PorDulcina Mendes,18 ago 2018 13:18

​O grupo de hip hop Rapaz 100 Juiz lançou, terça-feira, 13, nas plataformas digitais, o seu mais novo disco intitulado “PIB” (Produto Interno Bruto), no mesmo dia em que completaram 12 anos de carreira.

Antes da chegada do terceiro disco lançaram dois singles nas plataformas digitais, sendo que um deles foi feito com o grupo Calema de São Tomé e Príncipe. Depois de “Claridade” e “Voz di Vozis”, o grupo de hip hop quer surpreender os seus fãs com o novo trabalho discográfico.

O álbum está disponível nas plataformas digitais e posteriormente estará nas lojas para a sua promoção. Além de “Nem Nem” e “Preparado”, fazem parte do disco temas como “Nha Caneta e Fdd”, “500 Mil Pássaro”, “Será Ki Npode Bai”, “No Wi-Fi”, “Lado Li”, “Imagina” e “Caras”.

O grupo Rapaz 100 Juiz é formado por Péricles da Costa e Carlos Monteiro, dois jovens que escolheram o hip hop para singrarem no mundo da música.

Este álbum foi baptizado com o nome de “PIB”, segundo Péricles da Costa, Produto representa algo que saiu dentro deles e Bruto, porque é uma verdade nua e crua.

“Este disco é uma mistura de música cabo-verdiana, que é o produto interno de Cabo Verde; fizemo-lo à moda antiga como os grupos Tubarões e Bulimundo”, afirma.

Para o grupo de hip hop, este disco irá enriquecer a cultura hip hop em Cabo Verde e a música cabo-verdiana também.

“Convidamos pessoas que têm alguma ligação com aquilo que estamos a fazer, temos Dino D’Santiago mais uma vez, 2Much, Carlão, Calema, Elji, Dynamo, Princezito e outros jovens como Elaine da Silva, uma cabo-verdiana que vive na Inglaterra que está a se afirmar no mundo da música”, indicam.

Conforme Péricles da Costa, a gravação deste disco aconteceu em três continentes. “Uma parte foi gravada em Cabo Verde, outra em Portugal e outra nos Estados Unidos da América”.

Depois de o disco estar no mercado, contam que o próximo passo será promovê-lo nos países lusófonos. “Porque trouxemos artistas que têm uma boa aceitação nesse mercado como Dino D’Santiago, Calema e Carlão”.

Também em Cabo Verde querem promovê-lo muito bem. “Gostaremos de levar o nosso trabalho para os PALOP, esse é o nosso principal objectivo, depois queremos fazer vídeoclipes de quase todos os temas”.

Para Carlos Monteiro, este álbum será diferente dos outros dois anteriores, em temos de maturidade.

“PIB” tem vários temas de intervenção, baseados na vivência dos cabo-verdianos. “A nossa ideia é de trabalhar mundialmente e tentar mudar alguma coisa. A música de intervenção tem sido a nossa imagem desde o início, sempre tentamos criticar aquilo que está errado e dar mais enfase às coisas boas”, explicam.

“Não criticamos só por criticar, criticamos e apontamos algumas soluções com as nossas músicas”, acrescentam.

Sucesso

Segundo os artistas, os dois singles estão a ter boa aceitação no mercado. “Estão com mais de 400 visualizações, conseguimos atingir o top 10 dos vídeos mais vistos em Portugal e agora estão a chegar ao top 20 também em Portugal, isso no universo de todas as músicas. Isso é excelente”, destacam.

Péricles da Costa disse que nunca tínhamos chegado a esse número de visualizações e que essa aceitação não tem preço.

“É a primeira vez, estamos a sentir-nos muito felizes com isso, é fruto de muito esforço”, afirma, acrescentado que há dois anos que começaram a trabalhar neste disco e agora estão a se sentir aliviados com a conclusão deste trabalho.

Espectáculos

Além da promoção do novo disco, o grupo está com uma agenda cheia. “Estamos com shows agendados na ilha de Santo Antão, no âmbito do CV Color Festival; temos quatro shows fora do país, na França, Luxemburgo, Portugal e Suíça”.

Do novo álbum ainda não têm agendado nenhum show, porque querem primeiro que os seus fãs conheçam muito bem as letras das músicas, e que só depois, vão programar espectáculos em todas as ilhas do arquipélago.

12 anos de carreira

Durante esses 12 anos, os dois rappers naturais de Assomada, contam que tiveram muito mais sorrisos do que lágrimas, mas admitem que lágrimas têm que existir porque se não existissem, não saberiam o valor do sorriso.

“Tivemos muitos bons momentos, como um grupo de hip hop ainda mais em Cabo Verde com 12 anos e três álbuns no mercado, não é fácil. Acho que estamos a crescer cada vez mais porque se formos ver nas nossas redes sociais, todos os dias recebemos mais de 200 seguidores, isso quer dizer que ainda estamos a ter um impacto positivo”, sublinham.

Confessam que quando analisam todo esses anos, sentem-se gratificados.

Hip hop crioulo

Para a dupla, o hip hop crioulo está como nunca esteve antes. “Estamos no nosso auge. Agora o nosso hip hop não é só para abrir os festivais”.

“Podemos fechar o palco e estar no meio no alinhamento do cartaz, agora temos espaço nas rádios, algo que antes não tínhamos e hoje não é somente os jovens que estão a ouvir as nossas músicas, há pessoas de outras idades a escutar o hip hop”, asseguram.

Em relação à entrada de mais elementos na banda, Péricles Costa afirma que vão continuar como estão. “Estamos bem assim, e a tendência é para melhorar”.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 872 de 14 de Agosto de 2018.

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Autoria:Dulcina Mendes,18 ago 2018 13:18

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  19 ago 2018 8:49

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