Jorge Carlos Fonseca destaca, na literatura, a atribuição do Prémio Camões ao escritor Germano Almeida, o que, "sem sombra de dúvidas, é um tributo ao talento desse escritor, mas também o reconhecimento da maturidade da literatura cabo-verdiana".
"Através de Germano Almeida, galardoado depois de Arménio Vieira, é toda a literatura cabo-verdiana que é alcandorada a um nível muito elevado, o que proporciona maior visibilidade e amplia o espaço de afirmação para os diversos criadores literários", prossegue o chefe de Estado.
Ainda na literatura, o Presidente referiu-se à realização, na Ilha do Sal, da segunda edição do Festival Literatura Mundo, que "reuniu escritores e editores cabo-verdianos e várias dezenas de participantes oriundos de Portugal, Brasil, Alemanha, Argentina, entre escritores, editores e tradutores, na perspetiva do intercâmbio de pessoas ligadas à literatura, bem como da internacionalização da literatura cabo-verdiana".
E sobre o futuro próximo, recordou que nos próximos dias terá início a segunda edição do Morabeza - Festa do Livro, que, na cidade do Mindelo (ilha de São Vicente), "reunirá escritores dos diferentes países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), prevendo-se dar continuidade ao debate em torno da literatura que se produz [nestes] países, na linha do que aconteceu na cidade da Praia, durante a primeira edição".
Para o chefe de Estado, o ano de 2018 fica também marcado pela conclusão e apresentação à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) da candidatura da morna a património imaterial da humanidade, "fruto de um intenso trabalho de compositores, músicos, pesquisadores, intelectuais, políticos e cidadãos anónimos, que pretende consagrar, formalmente, a faceta universal dessa sublime parcela da 'cabo-verdianidade'".
"Homenageamos os que têm o condão de captar o que de mais profundo, pessoal e específico existe em nós, de consolidar, através da criatividade, a sua faceta coletiva e, não raras vezes, de lhe conferir uma dimensão universal", lê-se na mensagem de Jorge Carlos Fonseca.
Para o Presidente da República de Cabo Verde, "é a cultura que reduz as distâncias e une os cabo-verdianos espalhados pelo mundo, ligando-os entre si e à terra, concedendo, dessa forma, ao país, uma dimensão que em muito ultrapassa a física".
"Cantar, através do imortal Eugénio Tavares, a cultura, verdadeiro conteúdo da nossa alma e os que, nas mais diversas esferas culturais ajudam a moldar o nosso espírito, para além de um justo reconhecimento a esses cabo-verdianos, é uma forma de reafirmar a nossa originalidade, o nosso particular modo de ser", acrescentou.