Neste romance histórico de grande fôlego o autor pretende suscitar um debate desapaixonado sobre a história recente da Guiné e Cabo Verde. Para isso, sob pretexto de uma história de amor, o autor reanalisa de forma ficcional e documental os acontecimentos mais marcantes do período imediatamente antes e logo a seguir à independência dos dois países. Apesar de desmistificar muitos factos e acontecimentos ocorridos nos últimos 40 anos, o autor vê o seu livro como um simples contributo para a pacificação com a nossa história.
Como Armindo Ferreira tinha afirmado ao Expresso das Ilhas, em Dezembro de 2015, aquando do primeiro lançamento do romance, “Mulheres de Pano Preto é de certa forma a história de um amor passado numa época turbulenta: antes da independência, após e naquela fase que culmina com o rompimento do polémico processo da unidade Guiné-Cabo Verde. E como se poderá ler, tem como protagonistas Alice, Tomás e outros antigos estudantes do Liceu Honório Barreto, em Bissau”.
Para o prefaciador da obra, Adriano Miranda Lima, “a ficção… está magistralmente construída, com ingredientes bem doseados que emprestam autenticidade e coerência à recriação da realidade. A narrativa está bem urdida, destacando-se a técnica de transposição e intercalação de tempos e espaços em todo o entrecho, com o condão de captar o interesse do leitor, mantendo-o suspenso e colocando-o ubiquamente no terreno-chão dos acontecimentos…”.
Armindo Ferreira é autor dos livros “O Passaporte”, “A Cortina dos Milhões” e, em co-autoria com Ondina Ferreira, “Inquietações em Crónicas Datadas”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 904 de 27 de Março de 2019.