Se lançar um disco no mercado para um artista com muita experiência e sucesso não é fácil, imagina-se agora uma pessoa que não tem nenhum rendimento e é pouco conhecido. Júlio Borges, apesar de ter um disco no mercado, ainda é pouco conhecido no mundo da música.
Natural da Cidade da Praia, o cantor lançou, em 2015, o seu primeiro disco “Nhá Fé”. Um álbum que, segundo diz, fez com muita fé e persistência. O seu trabalho ainda não lhe levou ainda para nenhum evento musical e nem mesmo teve a oportunidade de apresentá-lo na sua comunidade. Só esteve na televisão e desde então o disco não teve nenhuma promoção.
Júlio vive de algum trabalho que faz, que mal chega para investir na sua carreira artística, pois lançou o primeiro disco graças à ajuda de familiares e amigos e para este trabalho ainda está à procura de apoios.
O projecto “Humildade”, terá dois temas: “Dam Nha Valor” e “Nha Idade”, sendo que o primeiro já está gravado. Com um single do próximo trabalho já gravado, Júlio Borges espera conseguir mais apoios para avançar com outro tema. “Inclusive, o videoclip do primeiro single já está pronto, e a música já está a ser tocada nas rádios”.
Júlio Borges afirma que todos os seus temas trazem mensagens fortes e pertinentes. “Todas as minhas músicas têm significado. Acho que não devemos fazer música só por fazer, mas sim, trazer algo que devemos debater na sociedade”.
Foi nesta perspectiva que decidiu chamar a esse projecto “Humildade”.
“Humildade” é também a forma que o artista encontrou para chamar a atenção das empresas, pois avança que estes devem apoiar os que mais precisam, porque tem estado à procura de financiamento para os seus projectos e que não tem recebido nenhuma resposta positiva por parte destes. “Escolhi esse tema, porque acho que as empresas devem ter mais humildade para ajudar os artistas cabo-verdianos”.
“O meu objectivo é encontrar financiamento para a tiragem do meu CD, e com a venda do mesmo conseguir algum montante para fazer os videoclipes”.
A prioridade do artista, neste momento, é fazer pelo menos um videoclipe e só depois lançá-lo nas plataformas digitais.
Banda musical
O artista pretende formar uma banda musical para poder actuar nos festivais. “Pretendo formar um grupo que eu possa coordenar. Assim acredito que vamos receber convites para actuar nos festivais. Participando nos festivais consigo ter algum rendimento, porque a venda de CDs não dá para pagar as despeças”.
Conforme explicou, com a sua banda terá também convites para tocar nos lugares onde se aposta na música ao vivo, “com isso, vou conseguir algum dinheiro para investir mais na minha carreira artística”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 910 de 08 de Maio de 2019.